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Presidente Lula afirma que não aceitará "ultimato dos golpistas" sobre Zelaya

Agência France-Presse
postado em 27/09/2009 15:35
O Brasil apenas negociará com o governo de fato de Honduras se a ONU pedir, assegurou neste domingo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitando qualquer "ultimato dos golpistas" sobre o deposto Manuel Zelaya, refugiado em sua embaixada em Tegucigalpa.

"O governo brasileiro não acata ultimato de golpistas nem reconhece como governo interino usurpadores do poder. Quem tem que negociar é a OEA (Organização de Estados Americanos), a ONU, que já tomaram suas decisões", disse Lula em uma entrevista coletiva à imprensa, depois de participar da II cúpula ASA na Ilha Margarita (norte da Venezuela).

O governo de fato de Roberto Micheletti, que acusou Zelaya de usar a sede diplomática para "gerar violência", pediu no sábado ao Brasil que defina em um prazo de no máximo 10 dias a condição concedida ao mandatário deposto.

"Se a ONU, o Conselho de Segurança ou a OEA fizessem um pedido ao Brasil (para que negocie), nós simplesmente acataríamos esse pedido da ONU, mas não é decisão nossa", disse Lula.

O presidente brasileiro afirmou que Zelaya é "hóspede da embaixada do Brasil" há uma semana e advertiu que qualquer ataque contra a sede diplomática será considerado uma "violação que contraria todas as normas".

"Uma embaixada é inviolável", disse.

Apesar disso, informou que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, "telefonou para a embaixada ontem (sábado) e pediu que Zelaya não faça incitações além do espaço democrático".

O regime de fato assegurou que respeitará a integridade da embaixada brasileira, mas mobilizou um grande contingente militar em torno da sede diplomática.

Lula insistiu que a solução "mais simples" para Honduras seria que "Micheletti pedisse desculpas, saísse, permitisse que o retorno do presidente eleito e convocasse eleições".

"O que vai acontecer se isso não ocorrer e se os golpistas convocarem eleições, muita gente não vai respeitar o resultado dessas eleições", advertiu.

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