Micheletti confirmou as declarações da véspera de seu chanceler, Carlos López, de que o governo de fato respeitará a imunidade da embaixada do Brasil, apesar do ultimato para que Brasília defina o status do presidente deposto, Manuel Zelaya, em sua sede diplomática.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não tem com que se preocupar, porque a polícia de Honduras jamais violará os domínios" da embaixada brasileira, disse Micheletti.
"Apenas fizemos uma advertência porque acreditamos ser injusto, algo inédito na história, que se permita a alguém que pediu abrigo ou asilo que saia nas janelas e nas varandas (de uma embaixada) para incentivar a violência".
"É isto que nos deixa muito preocupados, mas quero enviar a Lula um forte abraço, com o carinho e o respeito que sempre tivemos por todos os países do mundo".
No domingo, o governo de fato ameaçou retirar o status diplomático da embaixada brasileira diante da indefinição do Brasil sobre a situação de Zelaya na sede diplomática em Tegucigalpa.
"Se em 10 dias não definirem o status de Manuel Zelaya, a sede perderá sua condição de diplomática, mas, por cortesia, não planejamos invadir o local", disse o chanceler Carlos López.
Segundo López, se o Brasil não definir o status de Zelaya, Honduras poderá declarar, "por presunção", sua condição de exilado político, após o qual o presidente deposto poderá ficar no prédio da embaixada.
Na condição oficial de exilado, Zelaya ficaria impedido de exercer qualquer atividade política na embaixada brasileira.