Mais de cinco mil pessoas morreram ao tentar cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos nos últimos 15 anos, denunciou nesta quarta-feira a União para as Liberdades Civis (ACLU), que reivindicou o decreto de uma crise humanitária na área.
As autoridades dos dois países devem priorizar a vida humana e rever as políticas que aumentaram o número de mortos dos imigrantes ilegais, indicou a ONG americana em relatório no qual avalia medidas do governo dos EUA na fronteira nos últimos anos.
"As políticas atuais implementadas nos dois lados da fronteira geraram uma crise humanitária que significou a morte de mais de cinco mil pessoas", destacou Kevin Keenan, diretor executivo da ACLU em San Diego, cidade na fronteira com a Califórnia (oeste dos Estados Unidos).
Segundo dados catalogados pela ACLU, cedidos pelo Ministério das Relações Exteriores do México, 6.607 pessoas morreram na tentativa de cruzar a fronteira desde 1994. De acordo com o Departamento de Segurança Interna americana, o número de mortos foi de 3.861.
Para ACLU, o maior problema foi a operação Gatekeeper, implementada há 15 anos nos EUA para reforçar a segurança nas portas de entrada urbanas, obrigando os imigrantes a percorrer zonas de risco para entrar em território americano.
"Por estas práticas mortíferas e políticas como a operação Gatekeeper, o número de mortos continua aumentando, apesar da queda dos cruzamentos ilegais, devido à crise econômica que atingiu duramente os EUA", disse Keenan.
"Precisamos de políticas de migração e de fronteiras humanas e sensíveis que priorizem a vida", disse outra diretora da ACLU San Diego, Andrea Guerrero.