Agência France-Presse
postado em 01/10/2009 14:21
As equipes de socorro prosseguiam nesta quinta-feira em suas tentativas de encontrar sobreviventes sob os escombros da cidade de Padang, na ilha indonésia de Sumatra, depois do terremoto que deixou o saldo provisório de mais de mil mortos.O tremor de 7,6 graus na escala Richter, registrado na tarde de quarta-feira, subiu para 1.100 mortes, declarou em Nova York o secretário-geral adjunto da ONU, John Holmes, falando em uma coletiva de imprensa. O balanço oficial anterior era de 770 mortos, mas as autoridades advertiram temer um saldo final muito mais grave.
"Acreditamos que morreram milhares de pessoas", declarou o coordenador da célula de emergência do ministério da Saúde, Rustam Pakaya, em uma corrida contra o tempo das equipes de resgate para encontrar sobreviventes.
[SAIBAMAIS] As operações de busca são dificultadas pela chuva e falta de equipamentos para remover os escombros. Andriana, uma mãe de família de 49 anos, observava impotente os escombros da escola da filha de 14 anos. "Estou aqui desde ontem. Rezo para que minha filha continue viva", declarou à AFP. Vários habitantes decidiram abandonar Padang, grande cidade portuária de quase um milhão de habitantes no Oceano Índico, pelo temor das réplicas que podem provocar um tsunami.
E a terra voltou a tremer na manhã desta quinta-feira na região, com um terremoto potente de 6,8 graus, 150 km ao sul de Padang.
O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, ordenou o envio imediato de ajuda às vítimas por avião ou barco, já que muitas rotas se encontram bloqueadas. "Enviamos 200 médicos e enfermeiras, oito toneladas de medicamentos, oito toneladas de alimentos e barracas", informou Pakaya.
O governo também desbloqueou 26 milhões de dólares para ajudar os mais afetados, enquanto que vários países, incluindo o Japão e a Suíça, anunciaram o envio de equipes especializadas. O terremoto na Indonésia aconteceu poucas horas depois de outro, de 8 graus, que afetou o arquipélago das Samoa, gerando um tsunami que matou 150 pessoas nesta área do Pacífico Sul.
Pequenas localidades costeiras e hotéis de turistas foram devastados por ondas gigantes, que atingiram oito metros, no arquipélago, integrado pelo Estado independente de Samoa, com 219.000 habitantes, e pela Samoa Americana, administrada por Washington, com 65.000 habitantes. O maremoto também afetou o arquipélago vizinho de Tonga. "Nenhum aviso, nenhuma sirene. Em apenas um minuto veio a onda, quando a massa de água já estava sobre as pessoas", conta à AFP uma habitante da área afetada, Lonnie Mai.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou estado de catástrofe na Samoa Americana e expressou pêsames às vítimas da tragédia. O primeiro-ministro de Samoa, Tuilaepa Sailele Malielegaoi, se declaró "totalmente comovido" com a catástrofe.
Para completar a situação calamitosa, o sudeste da Ásia se prepara para a pasagem de um novo tufão, Parma, depois que o precedente, Ketsana, deixou um rastro de destruição, com pelo menos 380 mortos.
As Filipinas foram as mais afetadas, com 277 muertos e 42 desaparecidos, especialmente na capital, Manila. Mais de 2,5 milhões de pessoas foram afetadas e 700.000 permanecem desabrigadas. O Ketsana também matou 92 pessoas no Vietnã e 11 em Camboja.
A Ásia sofreu a maior tragédia natural de sua história em 26 de dezembro de 2004 quando um terremoto submarino de 9,1 graus nas costas de Sumatra gerou um tsunami que matou 220.000 pessoas nos países do Oceano Índico, sendo 168.000 pessoas na Indonésia.