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Honduras: Zelaya e Micheletti acertam diálogo

Agência France-Presse
postado em 02/10/2009 20:21
O governo de fato de Honduras, liderado por Roberto Micheletti, e o presidente deposto, Manuel Zelaya, concordaram em conversar, na semana que vem, para buscar uma saída à crise causada pelo golpe de Estado de 28 de junho, revelou nesta sexta-feira o enviado do secretário-geral da OEA, John Biehl.

"Haverá um pedido de diálogo (...). Será feito pelo governo em exercício, e a outra parte aceitará. Isso está combinado, mas por hora não deve haver encontro direto" entre Zelaya e o presidente de fato, Roberto Micheletti, afirmou o diplomata.

Biehl comentou que "o diálogo pode começar antes" da chegada a Tegucigalpa, no dia 7 de outubro, de uma missão de chanceleres e do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.

Até o momento se falava na possível abertura do diálogo, mas o anúncio de Biehl inicia uma nova etapa da negociação, após a mediação da OEA com contatos, em separado, com as duas partes.

"Há uma sinceridade muito grande. Está aumentando a vontade para o diálogo em busca de uma solução, com o acompanhamento e a vigilância da comunidade internacional", destacou Biehl.

Uma missão de altos funcionários da OEA, liderada pelo secretário de Assuntos Políticos, Víctor Rico, chegou nesta sexta-feira a Tegucigalpa para preparar a visita dos chanceleres.

"Um grupo com cerca de dez chanceleres virá a Honduras para observar o início do diálogo visando uma solução pacífica para este conflito e que a democracia saia fortalecida", disse o diplomata chileno.

Os quatro funcionários voltaram a Tegucigalpa cinco dias após sua expulsão, pelo governo de fato, e foram recebidos por Biehl, o único que conseguiu ficar no domingo, quando as autoridades impediram a entrada da missão da OEA.

"Vejo uma disposição realmente sincera. Há boa vontade de ambas as partes para um diálogo realmente hondurenho, que não seja a estratégia dilatória de ninguém, mas que sirva para solucionar a crise e fortalecer a democracia", comentou Biehl.

O diálogo será baseado no plano do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que prevê a restituição de Zelaya e a realização de eleições para apontar o futuro presidente, sem a possibilidade da candidatura do líder deposto.

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