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Honduras suspende estado de sítio

O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, anunciou nesta segunda-feira a revogação do decreto que restringia as liberdades civis, aprovado há uma semana.

"Revogamos o decreto durante o conselho dos ministros. O decreto está totalmente revogado", afirmou Micheletti durante entrevista coletiva em Tegucigalpa.

Em 27 de setembro, o governo de fato, que dirige Honduras desde o golpe de Estado de 28 de junho, aprovou um decreto restringindo as liberdades de circulação, de reunião e de imprensa, e autorizando as detenções sem mandato.

Dois meios de comunicação opostos ao golpe de Estado, Radio Globo e Canal 36, foram fechados no dia seguinte à aprovação do decreto.

A revogação do decreto era uma das condições impostas pelo presidente deposto, Manuel Zelaya, refugiado desde 21 de setembro na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, para iniciar um diálogo com o governo de Micheletti.

Micheletti já havia antecipado sua decisão de suspender o estado de sítio, diante da "volta da tranquilidade" ao país e dos pedidos de vários setores hondurenhos e da comunidade internacional.

A decisão ocorre pouco antes da instalação de uma mesa de negociação entre representantes de Zelaya e de Micheletti, que analisará uma agenda baseada no plano do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que prevê a volta do presidente deposto ao poder.

Zelaya havia imposto como condição fundamental para retomar o diálogo a suspensão do estado de sítio e do cerco militar à embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

O diálogo será acompanhado por cinco chanceleres, três vice-chanceleres e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, que chegarão ao país nesta quarta-feira, com a esperança de resolver a crise política.