Agência France-Presse
postado em 07/10/2009 19:09
TEGUCIGALPA - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, pediu nesta quarta-feira (7/10) ao governo de Honduras e ao presidente deposto, Manuel Zelaya, que negociem "sem segundas intenções" sobre o plano para solucionar a crise política no país.
[SAIBAMAIS]Ao abrir a mesa de negociações entre os delegados de Zelaya e do presidente de fato, Roberto Micheletti, o secretário-geral da OEA defendeu um diálogo "sem segundas intenções, com boa vontade, sacrificando os interesses" pessoais e "deixando o medo de lado". "Não estamos aqui para fazer recriminações mútuas, nem para um debate histórico. Estamos aqui para encontrar soluções concretas a uma situação que já não pode se prolongar".
Insulza e a missão de chanceleres da região abriram as negociações nesta quarta-feira para superar a crise gerada com o golpe de Estado que derrubou Zelaya, em 28 de junho passado.
O secretário da OEA espera a aprovação do Acordo de San José, o plano do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que estabelece como prioridade a restituição de Zelaya, mas sem a reeleição do presidente. "Nada disto deve levar muito tempo se há uma vontade política real para se obter um acordo", estimou o secretário-geral.
Insulza destacou que "assim que tivermos um acordo político", a OEA virá, "com muito prazer, para observar as eleições" em Honduras e "apoiá-las plenamente". O secretário da OEA admitiu que a pressão da comunidade internacional sobre o governo de fato não conseguiu restabelecer a ordem democrática em Honduras, o que exigiu uma "mudança de rumo".
Zelaya, refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, disse hoje que "não está otimista", mas que espera para "saber qual será o próximo passo do regime golpista". A posição de Zelaya foi comunicada pelo sacerdote Andrés Tamayo, que está com o presidente deposto na embaixada do Brasil.