Agência France-Presse
postado em 08/10/2009 09:22
CABUL - Pelo menos 12 pessoas morreram, a maioria civis, e 83 ficaram feridas em um atentado suicida com carro-bomba executado nesta quinta-feira diante da embaixada da Índia em Cabul. O atentado não foi reivindicado até o momento, mas tem muitas semelhanças com os executados pelos talibãs com frequência na capital do Afeganistão.
Este foi o quinto atentado suicida em Cabul em menos de dois meses. No total, 48 pessoas morreram nestes ataques desde agosto. "O balanço do atentado é de 12 mortos e 83 feridos; a maioria das vítimas são civis", declarou o porta-voz do ministério do Interior, Zemarai Bashary. Entre os mortos está um policial, enquanto outros oito oficiais ficaram feridos.
O ataque aconteceu perto da embaixada da Índia, informou mais cedo o presidente afegão, Hamid Karzai, em um comunicado. O atentado suicida com carro-bomba aconteceu às 8h30 locais (1h30 de Brasília) no distrito de alta segurança de Cabul, onde estão localizados edifícios do governo e embaixadas.
A área ficou reduzida a escombros, com pedaços de corpos, automóveis e bicicletas espalhados em uma ampla zona e uma enorme cratera no centro da calçada, perto da embaixada da Índia.
A ministra indiana das Relações Exteriores, Nirupama Rao, afirmou em Nova Délhi que a embaixada era o alvo do ataque. "Tenho a convicção de que o atentado suicida era dirigido contra nossa embaixada, já que o terrorista parou em um muro da representação com um vehículo repleto de explosivos, evidentemente com o objetivo de tomar a embaixada como alvo". Ela informou que nenhum cidadão indiano morreu no ataque, mas disse que três policiais que protegiam a entrada da embaixada ficaram feridos.
O atentado aconteceu a poucos metros do local onde, em 7 de julho de 2008, um terrorista detonou um carro-bomba contra a entrada da embaixada indiana, matando 60 pessoas, no ataque mais violento do tipo executado em Cabul.
Um pedaço de carroceria carbonizada foi tudo o que restou do carro-bomba. Um jipe da ONU e outros veículos civis também foram atingidos. A rua em que aconteceu o atentado, que leva ao ministério do Interior afegão - provavelmente a área mais protegida do Afeganistão - estava fechada com a presença de ambulâncias e caminhões dos bombeiros.
Há meses Cabul é cenário frequente de atentados suicidas, que ilustram a expansão da insurreição talibã, apesar da presença de 100 mil soldados estrangeiros no Afeganistão, dois terços deles americanos.
O último acontecera em 17 de setembro. Dez civis e seis soldados italianos morreram na explosão de um carro-bomba contra um comboio da Otan em pleno centro da capital.
Ao mesmo tempo que o número de vítimas civis e militares atinge níveis recordes, os talibãs parecem cada vez mais determinados a não diminuir a pressão sobre o governo, debilitado pela crise política após as eleições presidenciais, nas quais os observadores internacionais apontaram fraudes em grande escala.