Agência France-Presse
postado em 08/10/2009 21:51
A missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que partiu nesta quinta-feira de Honduras sem conseguir uma saída para a crise política pediu ao governo de fato que autorize o deslocamento do presidente deposto, Manuel Zelaya, da embaixada do Brasil para um local mais "digno", informou um alto funcionário da organização.
[SAIBAMAIS]"Os chanceleres fizeram um pedido formal neste sentido. É uma preocupação que ele (Zelaya) receba um tratamento diferente, que fique em um local digno em relação a sua posição", revelou John Biehl, assessor do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
Zelaya disse à imprensa que o pedido da OEA foi no sentido de que se respeite sua integridade física e a de seus seguidores, que ocupam a embaixada do Brasil desde o dia 21 de setembro passado.
"Foi isto que a OEA pediu, que respeitem meu cargo, minha vida. Estamos aqui em condições bastante adversas, inclusive dormindo no chão e com apenas alguns colchonetes".
Zelaya voltou a agradecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela acolhida na embaixada e disse que o regime golpista tem a obrigação de garantir sua integridade física.
"Este deslocamento (de Zelaya) seria para um local com mais garantias e maior segurança. Não sabemos a resposta que vão dar", disse o líder sindical Juan Barahona, um dos três representantes de Zelaya na mesa de negociações.
A missão de chanceleres da região, liderada por Insulza, instalou na véspera uma mesa de negociações em Tegucigalpa, mas não obteve progressos para resolver a crise.
O governo de fato ameaça deter Zelaya e entregá-lo à Justiça para que enfrente as acusações de corrupção, abuso de autoridade e traição à pátria.