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Novo atentado deixa quase 50 mortos no Paquistão

Agência France-Presse
postado em 09/10/2009 09:56
Pelo menos 49 pessoas morreram nesta sexta-feira (9/10) em um atentado com carro-bomba num mercado superlotado de Peshawar, cidade do noroeste do Paquistão que se converteu em alvo frequente dos ataques talibãs e da Al-Qaeda. "Quarenta e nove corpos foram trazidos para o hospital, sendo três mulheres e sete crianças", informou o doutor Zafar Iqbal, chefe do principal hospital da cidade, o Lady Reading Hospital. "Todos os mortos são civis; apenas dois policiais ficaram feridos na explosão", afirmou ainda, acrescentando que 108 feridos ainda recebem atendimento. O atentado foi realizado no movimentado mercado de Khyber, o maior da capital da Província da Fronteira Noroeste, anunciou o ministro provincial da Saúde, Zahir Ali Shah. No local do atentado, os corpos carbonizados das vítimas jaziam no chão enquanto os sobreviventes tentavam desesperadamente tirar as pessoas presas no ônibus tombado. Vários carros ardiam em chamas e pelo menos 12 lojas ficaram totalmente destruídas. Este é o sexto atentado realizado em Peshawar nos últimos quatro meses. Pressionado pelos Estados Unidos, o exército do Paquistão lançou recentemente vastas ofensivas contra os talibãs paquistaneses e seus aliados estrangeiros da rede islamita Al-Qaeda nesta região situada na fronteira com o Afeganistão. O Movimento dos Talibãs Paquistaneses (TTP), vinculado à Al-Qaeda, é o principal responsável por esta onda de atentados que deixou cerca de 2.150 mortos no Paquistão em pouco menos de dois anos. Na segunda-feira, em um vídeo difundido poucas horas depois de um atentado suicida contra a ONU, que deixou cinco mortos em Islamabad, o novo chefe do TTP, Hakimulah Mehsud, prometeu "castigar severamente a América do Norte e o Paquistão" para vingar a morte de seu antecessor, Baitullah Mehsud, morto por um míssil americano em 5 de agosto. Na terça, o porta-voz do TTP, Azam Tariq, ameaçou intensificar os atentados contra os que "trabalham pelos interesses americanos". Esta intensificação da violência acontece num momento em que a administração americana de Barack Obama realiza uma vasta revisão de sua estratégia no Afeganistão, oito anos depois da intervenção militar que expulsou os talibãs do poder em Cabul após os atentados de 11 de setembro de 2001 realizados por seus aliados da Al-Qaeda. Obama está estudando a questão específica dos efetivos militares americanos no Afeganistão, depois de ter passado as últimas semanas a examinar a estratégia neste país, segundo declarou Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca. Obama deve decidir nas próximas semanas se envia reforços ao Afeganistão. Porém, segundo a Casa Branca, o presidente se focalizou até agora na estratégia, sem estudar a questão específica do número de soldados. O general Stanley McChrystal, comandante das forças americanas e internacionais no Afeganistão, emitiu ao presidente uma demanda de envio de reforços ao país, anunciou o Pentágono.

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