Agência France-Presse
postado em 10/10/2009 14:40
Os terroristas que tentaram invadir o quartel-general do exército paquistanês em Rawalpindi neste sábado (10/10), matando seis soldados, agora mantêm entre 10 e 15 reféns, informaram as autoridades.Pelo menos seis insurgentes munidos de armas automáticas e granadas dirigiram em direção ao quartel e entraram disparando contra um dos postos de vigia, antes de serem detidos pelas forças de segurança em um segundo posto de controle.
Quatro terroristas morreram no tiroteio de uma hora e meia, mas pelo menos dois conseguiram fugir, protegendo-se em um edifício perto do quartel. Helicópteros do exército sobrevoam a área, segundo os militares, e levavam embora os corpos dos militates mortos.
De acordo com uma testemunhas, cinco explosões foram ouvidas em meio à troca de tiros. "Há mais de dois terroristas, que levaram alguns funcionários da segurança como reféns. Esforços estão sendo feitos para resgatá-los", declarou o general Athar Abbas, porta-voz do exército, falando à televisão pública. "As forças de segurança cercaram os terroristas. Estamos tentando recuperar os reféns de maneira segura", acrescentou.
"De acordo com nossos dados, há entre 10 e 15 reféns", indicou Abbas em outra entrevista, desta vez ao canal pago Geo. "Pode haver de quatro a cinco terroristas dentro do prédio", afirmou.
O audacioso ataque, em uma cidade muito próxima à capital Islamabad, ocorreu pouco antes do meio-dia. Os terroristas, que vestiam uniformes militares, detonaram granadas e abriram fogo contra a entrada do quartel para forçar sua entrada. "Havia pelo menos seis atacantes. Quatro foram mortos. Dois foram perseguidos e cercados pelas tropas", disse um oficial da assessoria de imprensa do exército.
O atentado acontece em meio a uma violenta onda de ataques no Paquistão, e especialistas estimam que a milícia talibã esteja preparando uma ofensiva nas áreas tribais do Paquistão, que ficam na fronteira com o Afeganistão.
Um oficial de segurança que pediu o anonimato revelou à AFP que um brigadeiro e um tenente-coronel estavam entre os mortos do lado paquistanês.
Oficiais do exército paquistanês atribuem o atentado deste sábado ao grupo Tehrik-e-Talibã Paquistão (TTP), cuja base fica na zona tribal paquistanesa.
O primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, condenou fortemente o ataque em um breve comunicado divulgado em Islamabad. Ele se encontrou com o presidente e o comando maior do exército para discutir a situação de segurança no local.
Oficiais da polícia informaram que a segurança foi reforçada em Islamabad, que fica a poucos quilômetros de Rawalpindi. As autoridades temem ataques à capital.