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Em Londres, Hillary Clinton fala sobre Paquistão e Irã

Agência France-Presse
postado em 11/10/2009 11:24
A secretária de Estado americana Hillary Clinton disse neste domingo (11/10) em Londres que os Estados Unidos confiam no controle do Paquistão sobre seu arsenal atônico, ao mesmo tempo em que advertiu o Irã sobre a postura intransigente que mantém em relação a seu programa nuclear. [SAIBAMAIS]Clinton, que participou de uma entrevista coletiva ao lado de seu par britânico David Miliband, afirmou que a comunidade internacional "não vai esperar indefinidamente" até que Teerã decida cumprir com suas obrigações. "Estamos enviando uma mensagem clara ao Irã: a comunidade internacional não vai esperar indefinidamente por uma prova de que o Irã está disposto a cumprir com suas obrigações internacionais", disse a secretária americana, que antes participou de uma reunião com Miliband. As potências mundiais reagiram com perplexidade às revelações feitas por Teerã à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apenas alguns dias antes de uma reunião em Geneva para discutir o polêmico programa nuclear iraniano, de que o governo está construindo uma segunda usina de enriquecimento de urânio perto da cidade santa de Qom. Para Clinton, as conversações na cidade suíça do dia 1º de outubro foram "um começo construtivo", mas que "precisa ser seguido de ações". "As palavras não bastam", ressaltou. Depois da Inglaterra, Clinton segue para uma visita à Irlanda e à Irlanda do Norte. Sobre o Paquistão, Hillary Clinton destacou a importância de um sistema eficiente de proteção do arsenal nuclear paquistanês, para evitar que insurgentes tenham acesso a armas atômicas. "Temos confiança no governo paquistanês e no controle do exército sobre as armas nucleares", disse. Miliband reforçou a afirmação de Clinton: "Não há nenhuma evidência apresentada de maneira pública ou reservada de qualquer ameaça às instalações nucleares paquistanesas". "Não sabemos o que eles podem fazer com o poder", indicou Clinton, afirmando que o ataque terrorista contra um quartel-general paquistanês em Rawalpindi no sábado foi um lembrete de que os extremistas são "uma ameaça crescente à autoridade do Estado". No sábado, um grupo de talibãs atacou e tentou invadir um quartel-general do exército paquistanês perto de Islamabad. Repelidos pelas forças de segurança, fizeram reféns e se abrigaram em um prédio vizinho ao quartel. Neste domingo, o exército divulgou o saldo da violência: oito militares e três reféns. Oito terroristas foram mortos pelos soldados que defendiam o quartel. Na mesma entrevista, Miliband disse que "não há provas oficiais ou oficiosas de que exista uma ameaça contra as instalações nucleares paquistanesas". Os insurgentes islâmicos vinculados à Al Qaeda intensificaram nos últimos meses sua campanha de atentados no Paquistão, que já causou mais de 2.200 mortes em pouco mais de dois anos.

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