Agência France-Presse
postado em 11/10/2009 15:45
Um ataque lançado no sábado (10/10) por extremistas talibãs contra um quartel-general do exército paquistanês perto de Islamabad, que terminou com o sequestro de dezenas de reféns, chegou ao fim neste domingo com um saldo alto de mortos: oito militares, três reféns e oito terroristas.Durante 24 horas, os insurgentes deixaram o governo de mãos atadas, em um ataque amplamente coberto pela mídia e que terminou com um sequestro de reféns. O ataque começou nas últimas horas da manhã de sábado. Homens armados e vestidos com uniformes militares se apresentaram, a bordo de uma van, na entrada principal do Grande Quartel-General, onde funciona, entre outras instalações militares, o Estado Maior do exército paquistanês.
Quando os guardas de segurança os impediram de entrar, os terroristas lançaram um ataque com armas leves e granadas. Começou assim um violento combate que durou mais de uma hora, no qual morreram seis militares e quatro insurgentes.
Cinco deles conseguiram fugir, levando consigo um grupo de 42 reféns, entre militares e funcionários civis do exército, que foram levados para um prédio anexo ao quartel-general na cidade de Rawalpindi.
[SAIBAMAIS]Na manhã deste domingo (11), antes da primeira oração do dia, o exército lançou um ataque contra os sequestradores. Houve intenso tiroteio e pelo menos duas explosões.
Trinta e nove reféns foram libertados, mas a operação terminou com um número grande de vítimas: três reféns e dois soldados morreram, além de quatro sequestradores, informou o general Athar Abas, porta-voz do exército. O quinto terrorista, ferido, foi capturado quatro horas depois do início do ataque.
Os insurgentes islâmicos, ligados à rede Al Qaeda, intensificaram nos últimos meses sua campanha de atentados no Paquistão, que já matou mais de 2.200 pessoas em pouco mais de dois anos.
Com o ataque deste fim de semana, os terroristas demonstraram que têm capacidade para golpear o coração do quartel cercado pelo maior dispositivo de segurança do país, única potência militar comprovada do mundo muçulmano.
No sábado, o exército afirmou que se tratava de um ataque do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), ligado à Al Qaeda e oposto ao governo de Islamabad por sua aliança com Washington na "guerra contra o terrorismo".
De acordo com várias emissoras de televisão locais, o grupo - que tem suas principais bases instaladas nas zonas tribais do nordeste do país, na fronteira com o Afeganistão - reivindicou o ataque.
O novo líder do TTP, Hakimilah Mehsud, jurou multiplicar os atentados contra "a América do Norte e o Paquistão" para vingar a morte de seu predecessor, Baitulah Mehsud, morto no dia 5 de agosto por um míssil disparado por um avião não-tripulado dos Estados Unidos. Este tipo de aeronave é usado com frequência para atacar a Al Qaeda e os talibãs afegãos e paquistaneses nas zonas tribais.