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Paquistão defende seus serviços secretos depois de sucessão de atentados

Agência France-Presse
postado em 13/10/2009 13:23
ISLAMABAD - O governo de Islamabad saiu em defesa nesta terça-feira (13/10) de suas agências de inteligência depois de uma onda de violentos atentados - que deixou 125 mortos em uma semana - atribuídos aos islamitas talibãs que se refugiam nas zonas tribais do noroeste do país. O ministro do Interior, Rehman Malik, voltou a prometer que a ameaça dos integristas muçulmanos será aniquilada com uma vasta operação militar, que classificou de iminente, nos redutos dos talibãs nas montanhas. O Exército do Paquistão assegura já ter arrasado a insurgência no Vale do Swat, mas, na segunda-feira, um atentado suicida cometido no vizinho distrito de Shangla matou 45 pessoas. E anteriormente, um assalto e a tomada de reféns no quartel-general do Exército na periferia da capital atingiu durante o fim de semana o coração da instituição mais poderosa do país, única potência nuclear declarada no mundo muçulmano. "Não culpem as agências de inteligência, que desmantelaram inúmeros planos de tentados; frustramos pelo menos cem ataques antes que fossem cometidos. As agências estão dedicadas à paz", declarou Malik aos jornalistas. Os meios de comunicação locais informaram que a polícia conhecia antecipadamente a ameça contra o quartel-general na cidade de Rawalpindi, indagando por que não impediram o ataque no qual morreram 23 pessoas. Em 5 de outubro, o jornal The News publicou trechos de uma carta que teria sido enviada à polícia de Punjab pelo ministério do Interior e na qual se advertia que os insurgentes com uniformes militares planejavam atacar a sede militar. Exatamente o que aconteceu poucos dias depois. Além disso, o suposto líder do ataque do fim de semana - e único sobrevivente do grupo de 10 rebeldes - é um conhecido rebelde possivelmente vinculado a inúmeros atentados. Segundo um porta-voz militar, o general Athar Abbas, o assalto ao quartel-general de Rawalpindi foi planejado no reduto talibã do Waziristão do Sul, na fronteira com o Afeganistão. O Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP, Movimento dos Talibãs do Paquistão) reivindicou o ataque a ameaçou com outros mais. Esta onda de violência começou na segunda-feira da semana passada. Cinco empregados da ONU morreram quando um suicida detonou sua carga explosiva no local altamente protegido de uma agência da ONU em Islamabad. E, na sexta-feira, em um dos mais violentos atentados deste ano, um kamikaze com um carro carregado de explosiva matou 52 pessoas em um mercado de Peshawar, capital da Província da Fronteira Noroeste. O último ataque aconteceu em Alpuri, na mesma província norte-ocidental, na segunda. Um total de 39 civis e seis soldados morreram em um atentado suicida realizado por um adolescente de 13 ou 14 anos contra um comboio militar em sua passagem por um mercado lotado. Segundo Malik, o Exército está em busca do melhor momento para lançar sua tão esperada operaçao contra a direção do TTP no Waziristão do Sul.

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