Agência France-Presse
postado em 13/10/2009 16:43
A Comissão de Finanças do Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira por 14 votos contra 9 o plano de reforma dos sistema de saúde americano, um dos maiores projetos políticos do presidente Barack Obama.
[SAIBAMAIS]
Nesta votação, considerada crucial para a Casa Branca e a maioria democrata, os aliados de Obama no Congresso obtiveram o apoio da senadora republicana moderada Olympia Snowe. Trata-se do primeiro apoio republicano a esse projeto.
"Nosso plano fornecerá uma cobertura de saúde a 23 milhões de americanos" a mais, alegou o presidente democrata da comissão, Max Baucus, ao abrir a sessão desta terça-feira. Acrescentou que 14 milhões de outras pessoas se beneficiaram do plano através do sistema Medicaid (seguro saúde para os mais pobres).
E citou um dos pais da democracia americana, o presidente Benjamin Franklin: "É melhor fazer bem do que falar". O projeto de lei deve, em seguida, se incorporar com o aprovado pela Comissão de Saúde do Senado, em julho, antes de ser apresentado para a votação em plenário.
Na Câmara de Representantes, três outras comissões aprovaram suas versões e será preciso conseguir um compromisso para que a reforma passe antes do final de 2009 segundo a vontade de Obama.
O projeto que passou pela Comissão de Finanças já recebeu uma estimativa favorável em termos de custo. O Comitê de Orçamento do Congresso (CBO) publicou um estudo deste texto concluindo que contribuiria para reduzir o déficit orçamentário americano.
Segundo o CBO, o plano de reforma preparado pela Comissão de Finanças permitiria obter uma redução do déficit orçamentário da ordem de 81 bilhões de dólares em 10 anos, com um custo total de 829 bilhões de dólares.
Mas o debate ainda está longe de terminar. Estuda-se, também, a oportunidade de incluir na reforma uma "opção pública" que entraria em concorrência com os planos privados de saúde. O plano de Baucus não comporta o sistema público, ao contrário do da Comissão de Saúde e das propostas apresentadas à Câmara de Representantes, que se voltam a uma "opção pública".
Nas negociações que já começaram entre a maioria democrata, a ideia de um sistema público de segurança que seria administrado pelos Estados começa a ter relevância. O voto acontece no momento em que o poderoso lobby de seguros se manifesta contra o projeto afirmando num relatório divulgado segunda-feira que faria subir à estratosfera os prêmios do setor.