Agência France-Presse
postado em 14/10/2009 14:46
WASHINGTON - Barack Obama preside nesta quarta-feira (14/10) um quinto conselho de guerra sobre o Afeganistão antes de decidir sobre uma nova estratégia, um novo rumo para o conflito - uma tarefa complicada pelo imbróglio eleitoral afegão, as tensões no Paquistão e as discussões nos Estados Unidos em relação ao envio ou não de reforços.
Obama anunciou na terça-feira que divulgará "nas próximas semanas" a estratégia que poderá consistir em mobilizar várias dezenas de milhares de soldados a mais, em relação aos 65 mil já no local, como lhe pede o comandante em campo, o general Stanley McChrystal.
Obama destacou que está comprometido em intensas consultas para tomar uma das mais importantes decisões de sua presidência. "São numerosas peças que devem se encaixar", disse seu porta-voz Robert Gibbs, e estas peças consistem em "pontos de vista militar, civil, diplomático".
O ritmo das reuniões ultrassecretas de Obama com seus generais, ministros, diplomatas e encarregados da segurança nacional se intensificou recentemente. Um outro encontro está previsto para a próxima semana.
Obama recebeu diferentes recomendações do general McChrystal que defende o envio de mais 40 mil homens. O presidente americano está confrontado, no entanto, à oposição crescente entre os americanos a uma das guerras mais sangrentas que completou oito anos. Segundo o aliado democrata John Kerry, Obama nada diz sobre suas inclinações eventuais.
Reforço britânico
Ignora-se em que medida a decisão anunciada nesta quarta-feira pelo governo britânico de enviar 500 soldados suplementares ao Afeganistão influenciará Obama.
O presidente dos Estados Unidos chegou a conversar sobre o assunto com o premier Gordon Brown, no momento em que preparava o anúncio britânico. Uma das raras indicações fornecidas pelos assessores de Obama, é a de que, em todo o caso, ele não reduzirá consideravelmente os efetivos.
Obama reafirmou na terça-feira que o objetivo principal de sua estratégia consistiria em impedir que a região seja usada como ponte contra os Estados Unidos para a prática de atentados como os de 11 de setembro de 2001. Também destacou a parte considerável que cabe ao Paquistão no reexame da estratégia de guerra.