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EUA erraram ao dar poucas informações sobre ações militares na América Latina, diz diplomata

Rio de Janeiro - O embaixador norte-americano Peter DeShazo, diretor do programa Américas, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (Csis, na sigla em inglês) reconheceu hoje (14) que os Estados Unidos poderiam ter informado melhor a América Latina sobre a instalação de uma base militar na Colômbia e sobre a reativação da Quarta Frota Americana, uma divisão da Marinha dos Estados Unidos, no Oceano Atlântico.

Ao participar de debates com estudantes e pesquisadores sobres os desafios do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na região, o embaixador também disse que os países latinos não precisam se preocupar com essas iniciativas. ;Os Estados Unidos poderiam ter agido melhor para informar os outros países sobre a Quarta Frota, que nem existe. Está no papel;, reforçou.

Criada durante a Segunda Guerra Mundial, a Quarta Frota foi desativada na década de 1950. Em abril de 2008, no entanto, o governo americano anunciou a retomada das operações da força, com o objetivo de combater o narcotráfico e promover treinamentos conjuntos com forças de países na região do Atlântico Sul.

O embaixador brasileiro Marcos de Azambuja, presente no debate, também concordou que a falta de esclarecimentos sobre ações militares provocaram incompreensão. ;Os Estados Unidades têm o direito de criar unidades de força. Não vejo como ameaça."

Sobre as bases colombianas, DeShazo lembrou que a relação entre Estados Unidos e Colômbia data da guerra da Coréia (1950), quando colombianos combaterem ao lado de norte-americanos. Nos dias atuais, esclareceu, as parcerias se restringem ao treinamento de militares e o combate ao narcotráfico, atividades controladas rigidamente pelas leis e pelo Congresso colombiano.

Por conta de convênios militares entre os dois países, DeShazo informou que os Estados Unidos repassaram cerca de U$ 1,3 milhões para o aparelhamento das Forças Armadas da Colômbia, que aceitou receber até 800 militares norte-americanos, embora o número atual de soldados naquele país não ultrapasse de 300.