Mundo

Comandante da Otan pede 15 mil soldados extras para o Afeganistão

Agência France-Presse
postado em 15/10/2009 14:06
BASE MILITAR DE KANDAHAR - O comandante holandês das forças de Otan para a região de Kandahar, uma das violentas do Afeganistão, considera necessários entre 10 e 15 mil soldados extras nesta zona do sul do país. "Desde a chegada de tropas americanas ao sul do Afeganistão está claro que voltamos a tomar a iniciativa na região contra os talibãs", afirmou o general Mart de Kruif, que comanda cerca de 40 mil soldados da Força de Assistência para a Segurança (Isaf) da Otan, mobilizados o sul do país, reduto dos talibãs. "Mas precisamos de forças extras", enfatizou. "No sul, para aplicar verdadeiramente a estratégia 'segurança, manutenção e construção', precisamos de pelo menos duas brigadas extras, ou seja, entre 10 e 15 mil efetivos", acrescentou. Suas declarações acontecem num momento em que o presidente Barack Obama estuda uma nova estratégia e um novo rumo para o conflito no Afeganistão. O presidente americano anunciou na terça-feira que divulgará "nas próximas semanas" a estratégia que poderá consistir em mobilizar várias dezenas de milhares de soldados a mais, em relação aos 65 mil já no local, como lhe pede o comandante em campo, o general Stanley McChrystal. Obama destacou que está comprometido em intensas consultas para tomar uma das mais importantes decisões de sua presidência. "São numerosas peças que devem se encaixar", disse seu porta-voz Robert Gibbs, e estas peças consistem em "pontos de vista militar, civil, diplomático". O ritmo das reuniões ultrassecretas de Obama com seus generais, ministros, diplomatas e encarregados da segurança nacional se intensificou recentemente. Um outro encontro está previsto para a próxima semana. Obama recebeu diferentes recomendações do general McChrystal que defende o envio de mais 40 mil homens. No entando, Obama está confrontado a oposição crescente entre os americanos a uma das guerras mais sangrentas que completou oito anos. Segundo o aliado democrata John Kerry, Obama nada diz sobre suas inclinações eventuais. Ignora-se em que medida a decisão anunciada nesta quarta-feira pelo governo britânico de enviar 500 soldados suplementares ao Afeganistão influenciará Obama. O presidente dos Estados Unidos chegou a conversar sobre o assunto com o premier Gordon Brown, no momento em que preparava o anúncio britânico. Uma das raras indicações fornecidas pelos assessores de Obama, é a de que, em todo o caso, ele não reduzirá consideravelmente os efetivos. Obama reafirmou na terça-feira que o objetivo principal de sua estratégia consistiria em impedir que a região seja usada como ponte contra os Estados Unidos para a prática de atentados como os de 11 de setembro de 2001. Também destacou a parte considerável que cabe ao Paquistão no reexame da estratégia de guerra.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação