postado em 15/10/2009 17:03
Às vésperas do prazo imposto pelo presidente deposto Manuel Zelaya para o fim da crise desencadeada por um golpe de Estado em Honduras, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, elogiou nesta quinta-feira (15/10) o avanço das negociações e voltou a defender a recondução do líder destituído ao poder.
[SAIBAMAIS]"Estou confiante que isso [um acordo] vá ocorrer. Há um diálogo, que, há um mês, estava parado", afirmou durante evento do Itamaraty, no Rio, ao comentar a atuação conciliatória coordenada pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
O ministro acredita que o Brasil ajudou no processo, principalmente, ao conceder abrigo a Zelaya na embaixada brasileira em Honduras, onde ele está junto com uma comitiva desde 21 de setembro.
"Acho que o Brasil até contribuiu [para um acordo] por ter oferecido essa proteção ao presidente Zelaya. Agora, a solução virá dos hondurenhos. Honduras precisa de paz e a nossa América Latina precisa confiar na democracia."
O ministro ponderou, no entanto, que é preciso ter "cautela" quanto às informações sobre as negociações. "Até ontem à noite [14], as informações eram positivas. Não eram definitivas, mas eram positivas", disse otimista. Para ele, o clima é favorável, influenciado pela classificação de Honduras para a Copa do Mundo de 2014.
"Vamos torcer para que, inclusive, essa vitória no futebol [no jogo contra El Salvador, ontem], inspire sentimentos que permitam uma saída".
Sobre a permanência de Zelaya na embaixada brasileira, o chanceler afirmou que não estabeleceu um prazo para a desocupação da unidade. "O prazo, naturalmente, é a credibilidade do processo eleitoral. Não somos os primeiros a dizer isso, mas uma eleição fora de um processo democrático não tem credibilidade".
Zelaya exigiu um acordo com o governo golpista de Roberto Micheletti até o fim desta quinta-feira, para que as eleições presidenciais marcadas para 29 de novembro não sejam adiadas.