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Lula volta a cobrar mudanças no Conselho de Segurança da ONU

postado em 15/10/2009 17:55
Logo depois do Brasil ter sido escolhido para membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a cobrar mudanças no Conselho de Segurança para que a organização tenha mais credibilidade nas mediações dos conflitos mundiais. Entre as mudanças, Lula defende o aumento de cadeiras permanentes no conselho para países da América do Sul e da África e para nações como o Japão e a Alemanha. "Estou convencido de que esse negócio do Conselho de Segurança está como uma fruta madura. Já está passando do ponto de colher, daqui a pouco ela cai. Se os dirigentes da ONU, sobretudo dos países que hoje dirigem o Conselho Permanente, não aceitarem a reforma, eles serão responsabilizados pela fragilidade da ONU", disse. [SAIBAMAIS]O Brasil foi eleito nesta quinta-feira (15/10) membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. O mandato é de dois anos, de 1º de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2011. É a décima vez que o país ocupa um assento eletivo no conselho. Para o presidente do Brasil, atualmente a ONU está sem credibilidade para resolver os conflitos mundiais. E citou a situação em Honduras, onde nem a Organização dos Estados Americanos (OEA) conseguiu mediar uma solução para crise causada pela deposição do presidente Manuel Zelaya. "Veja o que aconteceu agora com Honduras. O que a OEA fez até agora? Fez as reuniões, tomou as decisões, simplesmente o golpista [Roberto Micheletti] não atendeu nada. Ora, por quê? Se a ONU tivesse maior representatividade política, a ONU decidia, cada país cumpria e, aí, as coisas aconteciam", disse Lula, ao conceder entrevista em Floresta (PE), onde visitou as obras da transposição e revitalização do Rio São Francisco. No início do mês, uma missão da OEA fracassou ao tentar intermediar uma solução entre o grupo do presidente deposto, Manuel Zelaya, e o presidente do governo golpista, Roberto Micheletti. Desde o último dia 21, Zelaya e alguns de seus correligionários estão alojados na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capital hondurenha. Lula também criticou o fato dos Estados Unidos lideraram as negociações de um acordo de paz entre judeus e palestinos, no Oriente Médio. Segundo ele, esse papel deveria ser exercido pelas Nações Unidas. "A questão do Oriente Médio, por exemplo, não pode ser uma coisa particular dos Estados Unidos. Quem deveria estar negociando a paz entre judeus e palestinos era a ONU. E por que ela não faz isso? Porque não tem força. Queremos é que a ONU tenha muita força", afirmou.

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