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Irã acusa o Ocidente e o Paquistão por atentado contra Guarda Revolucionária

Agência France-Presse
postado em 19/10/2009 11:06
TEERÃ - O governo do Irã acusou Estados Unidos, Grã-Bretanha e Paquistão de apoiar os rebeldes sunitas responsáveis pelo sangrento atentado que matou 42 pessoas no domingo, incluindo vários comandantes da Guarda Revolucionária, a tropa de elite e exército ideológico da República Islâmica e de seu Guia Supremo. O Irã pedirá ao Paquistão a extradição de Abdolmalek Righi, líder do grupo rebelde sunita Jundallah ("soldados de Deus"), anunciou o general Mohammad Ali Jafari, comandante da Guarda Revolucionária. O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad pediu durante uma conversa telefônica com o colega paquistanês Asif Ali Zardari maior cooperação na luta contra os terroristas, informou a agência oficial Irna. "Irã e Paquistão têm relações fraternais, mas a presença de elementos terroristas no Paquistão é inaceitável e o governo paquistanês deve dar sua ajuda para que os criminosos sejam detidos o mais rápido possível e punidos", declarou Ahmadinejad. Teerã afirma que os membros do Jundallah encontram refúgio no Paquistão e se infiltram no Irã a partir do território paquistanês para executar suas operações. Abdolmalek Righi reivindicou a autoria do ataque, anunciou no domingo o procurador-geral de Zahedan, capital da província de Sistão-Baluchistão. "Hoje recebemos uma nova prova do serviço de inteligência do país que demonstra que o abominável grupo de Abdolmalek Righi tem uma relação direta com os serviços de inteligência americano, britânico e, infelizmente, paquistanês", declarou o general Jafari, segundo a agência ISNA. "Sem nenhuma dúvida, este indivíduo atua por ordem destes serviços", completou, antes de anunciar que representantes do governo iraniano viajarão em breve ao Paquistão "para apresentar as novas provas". O Irã já havia acusado no domingo os Estados Unidos e a Grã-Bretanha de envolvimento no atentado. O comandante das tropas terrestres da Guarda Revolucionária, general Mohammad Pakpur, afirmou que os membros do Jundallah são "treinados e equipados" pelos serviços secretos americanos e britânicos. Washington condenou o atentado no domingo e negou qualquer envolvimento. O ataque suicida matou sete comandantes da Guarda Revolucionária, incluindo o general Nur Ali Shushtari - auxiliar do comandante do exército terrestre deste corpo - e o general Rajab Ali Mohammad Zadeh, comandante provincial.

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