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Nicarágua estranha protestos da oposição contra reeleição

Agência France-Presse
postado em 21/10/2009 21:51
O vice-chanceler nicaraguense, Manuel Coronel, estimou nesta quarta-feira que seria "verdadeiramente irônico" a oposição denunciar o presidente Daniel Ortega por defender sua reeleição a países como os Estados Unidos, que também adotam tal medida". [SAIBAMAIS]"É verdadeiramente irônico que (os líderes opositores) se queixem com os governantes de países que também reelegem" seu presidente, disse Coronel ao Canal 12 de Manágua. Dirigentes da oposição ameaçaram denunciar Ortega à Organização dos Estados Americanos (OEA) por sua intenção de permanecer na presidência até 2011, após a decisão da Suprema Corte que abre caminho à reeleição. "Vão reclamar com os Estados Unidos, onde o presidente quer se reeleger. Vão à Europa", onde o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, "acaba de ser reeleito". Até na OEA, o secretário-geral José Miguel Insulza "também está se reelegendo". A Chancelaria em Manágua convocou hoje os embaixadores dos países da União Europeia para explicar a decisão da Suprema Corte que eliminou a disposição constitucional que impedia a reeleição presidencial na Nicarágua. Os dirigentes sandinistas afirmam que a decisão tem precedentes na Costa Rica e na Colômbia, favorecendo os presidentes Oscar Arias e Alvaro Uribe, respectivamente, sem a enxurrada de críticas do exterior. A resolução da Suprema Corte foi aprovada por seis magistrados ligados à Frente Sandinista (FSLN, esquerda, no poder), em resposta a uma ação apresentada por Ortega em outubro do ano passado. A decisão foi condenada pela maioria dos blocos de oposição do Congresso e qualificada de "ruptura da ordem constitucional". Ortega, que governou a Nicarágua pela primeira vez durante a revolução sandinista (1979-90), voltou ao governo em janeiro de 2007, depois de vencer as eleições.

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