Mundo

Ataques sangrentos deixam mais de 20 mortos no Paquistão

Agência France-Presse
postado em 23/10/2009 10:47
O Paquistão foi atingido nesta sexta-feira (23/10) por três ataques que deixaram 23 mortos, enquanto a ofensiva do exército contra os combatentes islamitas no Waziristão continuam sem progressos notáveis. [SAIBAMAIS]Pelo menos 15 pessoas que seguiam para um casamento na zona tribal do país foram mortas na explosão de uma mina no momento em que o micro-ônibus em que estavam passava por uma estrada. A explosão ocorreu em Sorandara, no distrito de Mohmand, na estrada frequentemente utilizada pelas forças paramilitares locais. "Um veículo que transportava convidados para um casamento passou sobre uma mina, 15 pessoas morreram e seis ficaram feridas", declarou um funcionário do governo local, Maqsood Khan. A maioria das vítimas são mulheres e crianças, segundo um outro funcionário da administração local, Rasool Khan. As forças de segurança paquistanesas lançaram uma ampla operação contra os fundamentalistas nos distritos de Mohmand e Bajaur em agosto de 2008. Elas haviam anunciado em fevereiro de 2009 que esta zona estava limpa, após vários meses de enfrentamento, mas os incidentes continuam. Mais cedo, dois novos atentados foram registrados, que se incluem na onda de ataques que deixou 200 mortos em 19 dias. O primeiro foi contra um posto de controle perto da importante base aérea de Kamra, 80km ao oeste de Islamabad, e o segundo teve como alvo um restaurante de Peshawar, a grande cidade do noroeste do país. "Seis civis e dois membros das forças aéreas foram mortos no atentado suicida de Kamra", declarou o chefe de polícia local, Fakhar Sultan. Quinze soldados da força aérea foram feridos. O ataque aconteceu em um posto de controle perto da base aérea, na estrada que vai de Islamabad a Peshawar. Horas mais tarde, um carro-bomba explodiu no estacionamento de um restaurante de Peshawar, no bairro movimentado de Hayatabad, deixando 15 feridos, segundo um balanço oficial. Peshawar fica perto das zonas tribais onde os talibãs paquistaneses e os combatentes ligados à Al-Qaeda se intalaram., A cidade foi atingida por seis ataques nos quatro últimos meses. Os atentados ainda não foram reivindicados, mas o governo afirma que fazem parte da onda de ataques organizados pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP). O Paquistão prometeu acabar com os talibãs e lançou uma ofensiva no sábado no Waziristão do Sul, reduto dos combatentes islamitas nas zonas tribais perto da fronteira afegã, no nordeste do país. Mas a operação terrestre, apoiada por bombardeiros, helicópteros de ataque e tiros de artilharia pesada, enfrenta a resistência dos combatentes islamitas. O terreno de acesso difícil, as minas e as posições fortificadas dos talibãs frearam o avanço das tropas. Com isto, a operação pode levar mais tempo que o previsto, segundo fontes militares. Quase 30 mil militares estão mobilizados para a operação, segundo oficiais. Eles enfrentam, segundo especialistas, quase 10 mil talibãs paquistanesas. O Paquistão é cenário, desde julho de 2007, de uma onda de atentados que matou quase 2.300 pessoas, cometidos em sua maioria por homens-bomba do TTP, que se aliou à Al-Qaeda.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação