postado em 24/10/2009 11:58
As forças militares paquistanesas conquistaram na madrugada deste sábado a primeira grande vitória na ofensiva contra os extremistas no Waziristão do Sul, ao tomar o povoado de Kotkai, reduto do líder dos talibãs do Paquistão, Hakimullah Mehsud.[SAIBAMAIS]Além disso, pelo menos 14 pessoas morreram neste sábado em um ataque com míssil de um avião não tripulado americano no vilarejo de Damadola, 15 km ao norte de Khar, a principal cidade do distrito de Bakhaur, em uma zona tribal paquistanesa na fronteura com o Afeganistão.
Em 17 de outubro, mais de 30.000 soldados paquistaneses, apoiados por aviões de combate, helicópteros de ataque e artilharia pesada, iniciaram uma operação para expulsar os talibãs do Waziristão do Sul, nas zonas tribais vizinhas ao Afeganistão, na região noroeste do país.
"As forças de segurança tomaram o controle de Kotkai à noite e a limpeza do povoado continua", declarou à AFP uma fonte militar que pediu anonimato.
"É um avanço importante, já que Kotkai era o reduto dos talibãs e o povoado em que nasceram Hakimullah Mehsud e Qari Hussain", completou.
Mehsud é o líder do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP) e Hussain um de seus auxiliares, considerado o idealizador de vários atentados suicidas cometidos no país.
"Os rebeldes em sua maioria foram mortos ou fugiram", disse a fonte militar, que também revelou a morte de três soldados.
O avanço das tropas se tornou mais lento pelo terreno montanhoso, o acesso difícil, as minas e a resistência dos talibãs, bemn entrincheirados em casamatas e casas fortificadas.
A operação, que deve durar entre seis e oito semanas, antes da chegada do inverno rigoroso, pode se prolongar por mais tempo que o previsto, segundo fontes militares.
No total, 146 insurgentes e 22 soldados morreram desde o início da ofensiva terrestre há uma semana, segundo um balanço do Exército, que não pode ser comprovado por fontes independentes já que as zonas de combate são inacessíveis.
Há dois anos, o Paquistão sofre com uma onda de atentados que matou quase 2.300 pessoas, executados essencialmente por terroristas do TTP, organização ligada à Al-Qaeda.
As autoridades paquistanesas se comprometeram a acabar com a rede terrorista lançando, após vários meses de bombardeios, uma ofensiva terrestre.
Segundo analistas, os 30.000 militares que participam em terra na operação enfrentam 10.000 talibãs paquistaneses, apoiados por um número indeterminado de combatentes estrangeiros.
Mais de 120.000 civis abandonaram a região dos combates.