postado em 27/10/2009 15:42
O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, aproveitou nesta terça-feira (27/10) a audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado para atacar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, dizendo que ele desrespeita a democracia. Para Ledezma, a adesão do país ao Mercosul deve obrigar Chávez a seguir as regras do protocolo do bloco, que determina o respeito aos princípios democráticos.
[SAIBAMAIS]"É necessário saber como [um dirigente] exerce o cargo. O sinônimo de democracia deve ser o respeito ao direitos humanos. O governo da Venezuela não aceita há 16 anos um representante da comissão interamericana de direitos humanos", disse o prefeito da capital venezuelana. "[É um governo que] desfruta de ilegitimidade de origem, o que é uma verdade."
Favorável à integração da Venezuela ao Mercosul, Ledezma sugeriu que a aprovação da adesão de seu país ao bloco esteja condicionada a obrigações por parte do governo venezuelano. "Uma coisa é o governo de Venezuela, outra é o povo. O Estado da Venezuela é permanente. [É necessário que o governo] dê garantias de respeito ao protocolo do Mercosul [no que se refere à democracia] . Quanto mais isolado, mais será perigoso para o país", afirmou.
Ao defender a adesão ao bloco, o prefeito disse que seus país tem um perfil integracionalista, mas não conteve o discurso ao definir o que disse ocorrer na Venezuela. "O governo aplica leis constitucionais para transferir processos de competências a governadores. Democracia é sinônimo de separação de poderes, mas lá não há separação de Poder. O governo controla o parlamento, o poder policial. Esses temas devem ser de conhecimento dos senadores do Brasil", afirmou Ledezma.
Os senadores votam no próximo dia 29, na Comissão de Relações Exteriores, o relatório que permite a adesão da Venezuela ao Mercosul. O tema é polêmico e não há unanimidade entre no Senado. O senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) apresentou um relatório contrário à adesão da Venezuela ao bloco por acreditar que o governo Chávez não é democrata. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), preparou um voto em separado, argumentando que as razões econômicas devem estimular o apoio à entrada do país no Mercosul.