Agência France-Presse
postado em 28/10/2009 08:49
MAPUTO - Os moçambicanos começaram a votar nesta quarta-feira (28/10) em eleições gerais nas quais a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder desde a independência em 1975, está praticamente seguro de vencer graças às divisões dentro da oposição.
Pelo menos 10 milhões de eleitores, de um total de 22,4 milhões de habitantes, estão registrados para escolher deputados provinciais e nacionais, além do chefe de Estado. Esta é a quarta eleição nacional desde a instauração da democracia pluralista em 1994, dois anos após o fim da guerra civil (1976-1992) que deixou dois milhões de mortos e provocou a ruína da antiga colônia portuguesa.
A FRELIMO, que comanda o país desde a independência 1975, deve conseguir reeleger o presidente Armando Guebuza, 66 anos, que está no poder desde 2004. A FRELIMO tirou partido da formação em março do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) por um dissidente de seu rival histórico, a Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO).
A RENAMO, que tem seu líder Afonso Dhlakama como candidato à presidência pela quarta vez, após três tentativas fracassadas, está em declínico há alguns anos. O antigo movimento rebelde, que teve o apoio dos regimes racistas da África do Sul e da então Rodésia (atual Zimbábue), não consegue se livrar da imagem ruim.
O MDM, dirigido por Daviz Simango, prefeito de Beira (segunda maior cidade do país), espera se tornar a segunda força política do país, mas não deve acabar com a hegemonia da FRELIMO. Ainda mais depois que, em uma decisão polêmica e muito critica, a a comissão eleitoral vetou, alegando razões administrativas, os candidados do MDM às legislativas e, nove das 13 circunscrições.
A grande incógnita da votação é a abstenção, já que a presença nas eleições de 2004 foi de apenas 36%.