Agência France-Presse
postado em 28/10/2009 10:31
GAZA - O movimento islamita palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, anunciou nesta quarta-feira (28/10) que se nega a organizar as eleições gerais convocadas pela Autoridade Palestina para 24 de janeiro.
"O ministério pedirá contas a todas as pessoas envolvidas nessas eleições", ameaçou o ministério do Interior do governo do Hamas em um comunicado. O ministério afirma "rejeitar a celebração de eleições na Faixa de Gaza porque foram convocadas por quem não tem poder fazer tal anúncio", em alusão ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
Na sexta-feira passada, Abbas convocou eleições presidenciais e legislativas para 24 de janeiro de 2010 no conjunto dos territórios palestinos. "O povo palestino está convocado para eleições presidenciais e legislativas em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que serão realizadas no domingo, dia 24 de janeiro. O presidente e os membros da comissão eleitoral central, e todas as partes envolvidas estão convocados a aplicar as disposições do decreto", disse.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, rejeitou a decisão de Abbas, afirmando que a convocação de eleições é "ilegal e inconstitucional". Segundo o Hamas, o decreto é um "duro golpe para os esforços egípcios" visando à reconciliação palestina.
Pela Constituição palestina, Abbas deve proclamar a data das eleições gerais três meses antes de sua realização. Em 24 de janeiro de 2010 termina o mandato de quatro anos do Conselho Legislativo Palestino (CLP, Parlamento da Autoridade Palestina), eleito em 2006.
O Hamas derrotou nas eleições de 2006 seu principal adversário, o Fatah, dirigido por Abbas.
O presidente palestino, eleito em janeiro de 2005, concluiria seu mandato em janeiro de 2009, mas teve a missão prorrogada por um ano pela Autoridade Palestina em virtude da lei que determina a realização das eleições legislativas e presidenciais simultaneamente.