Agência France-Presse
postado em 28/10/2009 12:11
MADRI - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, deu uma entrevista ao jornal espanhol El País na qual afirma que a visão que se tem dos Estados Unidos na América do Sul está condicionada por Cuba.
Depois de negar que exista uma corrida armamentista na América Latina, argumentando que o que acontece é "uma recuperação do tempo perdido", Jobim foi questionado sobre a presença militar dos Estados Unidos na região, na qual reinstaurou a IV Frota, além de ter previsto montar bases na Colômbia. "Primeiro estiveram em Manta (Equador). Agora, na Colômbia, para apoio logístico na luta contra o narcotráfico e as Farc", argumentou Jobim.
"Para nós, não há problema algum. É como se o Brasil decidisse incrementar substancialmente sua presença militar no Amazonas; é uma questão brasileira, e eu não teria que perguntar a eles", enfatizou. "Mas a gestão dos Estados Unidos na América do Sul passa por um problema: o tratamento dado ao povo cubano. Toda sua política de embargo em relação à ilha gerou três coisas: um país muito pobre, um povo muito orgulhoso e a grande desconfiança da América do Sul", acrescentou. Nesse sentido, a visão que se tem dos Estados Unidos na América do Sul está condicionada por Cuba, explicou.
Ao comentar a onda de violência que tomou conta do Rio de Janeiro logo depois da escolha da cidade como sede dos Jogos Olímpicos, Jobim esclareceu que ainda não é o momento para enviar militares às favelas, embora não tenha descartado a medida. "A polícia tem a possibilidade de controlar (a violência), pois, se o governador tivesse necessidade em algum momento, o exército poderia entrar em ação", enfatizou.
A queda do helicóptero atingido pelo fogo dos traficantes foi classificada por Jobim de "caso isolado". "A partir de agora vamos ter notícias desse tipo o tempo todo, principalmente em função das pessoas que não queriam que o Rio fosse sede dos Jogos". "Mas há uma segurança absoluta", concluiu.