Agência France-Presse
postado em 28/10/2009 13:16
LONDRES - Uma célula do IRA que cometeu uma onda de atentados em meados dos anos 70 fez uma longa de lista de possíveis objetivos que incluíam do Palácio de Buckingham até a Bolsa de Londres, passando pelos mais conhecidos museus do país, segundo documentos trazidos a público nesta quarta-feira (28/10).
A polícia britânica encontrou uma grande documentação na qual eram detalhados os possíveis objetivos durante a revista de um apartamento londrino que o Exército Republicano Irlandês (IRA) utilizava para fabricar bombas depois da prisão da célula ao término de uma tomada de reféns em 1975.
A partir desses dados, uma seção especial da Scotland Yard elaborou um relatório de 86 páginas destinado ao então primeiro-ministro Harold Wilson, documento que até agora permaneceu secreto e que os Arquivos Nacionais divulgaram nesta quarta.
Entre os múltiplos objetivos figuravam a Galeria da Rainha, no Palácio de Buckingham - residência oficial de Elizabeth II -, a Bolsa de Londres, o British Museum, a National Gallery, o museu de cera Madame Tussauds, a Tate Gallery e a University College de Londres. A lista incluía além disso academias militares, prisões, aeródromos e instalações elétricas.
O primeiro-ministro Gordon Brown, que classificou a lista de superficial, pediu à Scotland Yard que comprove a informação, segundo anotações no documento.
Os membros da célula do IRA, conhecidos como "bando de Balcombe Street", foram detidos em dezembro de 1975 e condenados à prisão perpétua por uma onda de atentados comedida nesse ano e no anterior.
No entanto, foram posteriormente libertados em função do acordo de paz de Sexta-feira Santa, que em 1998 pôs fim a 30 anos de confrontos entre protestantes e católicos, com um saldo de 3.500 mortos.