Agência France-Presse
postado em 29/10/2009 16:46
O presidente Barack Obama disse nesta quinta-feira que as perdas de vidas pesarão sobre suas decisões militares, após ter chegado mais perto da realidade da guerra, ao assistir, pela primeira vez, a chegada dos corpos dos soldados mortos no Afeganistão.
Obama referiu-se à volta dos soldados mortos como uma "dolorosa lembrança dos extraordinários sacrifícios feitos pelas tropas americanas".
[SAIBAMAIS]Para Obama, o preço pago pelos soldados americanos vai influenciar na forma com que ele vê as guerras no exterior e a decisão que ele deve tomar sobre se envia tropas extras ao Afeganistão.
"Foi uma dolorosa lembrança dos extraordinários sacrifícios que nossos jovens homens e mulheres de uniforme realizam a cada dia", declarou Obama, falando no Salão Oval, horas depois de prestar sua homenagem aos mortos repatriados.
"Obviamente, o fardo que nossas tropas e nossas famílias carregam em tempos de guerra vai pesar na forma com que eu vejo esses conflitos. E é algo em que penso todos os dias", acrescentou.
O presidente americano assistiu nesta quinta-feira pela primeira vez, durante visita à base militar de Dover, à chegada dos caixões de soldados americanos mortos no Afeganistão.
Esta atitude de Obama marca uma ruptura em relação às práticas de seu antecessor, o presidente George W. Bush, que proibiu qualquer cobertura da imprensa sobre a repatriação dos corpos de militares mortos em conflitos no exterior.
Obama deixou a Casa Branca na noite de quarta-feira acompanhado de alguns jornalistas para participar da cerimônia solene de chegada dos restos mortais dos militares que morreram nesta semana em território afegão, e que não figurava em sua agenda oficial.
Os caixões com os corpos de 15 soldados e três funcionários da DEA, a agência americana antidrogas, mortos na segunda-feira no Afeganistão, chegaram a bordo de um avião militar.
O presidente esperou de pé enquanto retiravam os caixões do avião e fez a saudação militar para cada um dos corpos que passavam a seu lado, carregados por seis soldados.
A homenagem presidencial acontece num momento em que Barack Obama deve decidir se envia ou não reforços ao Afeganistão, onde já estão 68.000 soldados americanos. O general Stanley McChrystal, chefe das forças americanas e internacionais no Afeganistão, pede 40.000 homens suplementares para cumprir sua missão satisfatoriamente.