Agência France-Presse
postado em 31/10/2009 10:27
O Halloween é tradicional e muito popular nos Estados Unidos, mas a festa desperta críticas por parte dos nacionalistas em muitos países latino-americanos, região onde a comemoração ganha características próprias e é mais conhecida como o "Dia dos Mortos".
No Brasil, por exemplo, crianças fantasiadas de bruxas e monstros ou as tradicionais abóboras esculpidas são elementos praticamente desconhecidos, a não ser em específicos segmentos da sociedade, mas em países como o Peru o dia 31 de outubro é comemorado como o "Dia da Canção Creolla" ao invés de Halloween.
A crença creolla afirma que as almas retornam ao mundo real no primeiro dia do mês de novembro para ficar na Terra até o dia seguinte, quando se comemora o Dia de Finados, uma tradição herdada da catequização espanhola.
Em países como a Bolívia ou Argentina a popularidade do Halloween também se restringe a cursos de inglês ou empresas norte-americanas por causa de seus vínculos culturais.
No México, por sua vez, as festividades do "Dia de los Muertos, de origem pré-hispânica, bate em popularidade o Halloween anglo-saxão.
Oitanta e três por cento dos entrevistados indicaram preferir a tradição mexicana diante do Halloween, contra 6% que gostam do chamado Dia das Bruxas e levam seus filhos às ruas para pedir doces ou ameaçar com travessuras.
Nos países latinos de forte religiosidade, o Dia das Bruxas perde sua característica lúdica de tradições celtas e é erroneamente associado a cultos satânicos.
Além disso, proximidade do Dia de Finados (2 de novembro) faz com que a data se revista de uma religiosidade muito grande, o que faz com que os fieis questionem ainda mais a brincadeira do Halloween.
Na Espanha, a hierarquia da Igreja católica se arremeteu esta semana contra a popularidade crescente dessa "festa pagã e anticristã que é o Halloween", que, em sua opinião, celebra a morte ao invés da vida.