Agência France-Presse
postado em 31/10/2009 21:08
JERUSALÉM - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, apoiou neste sábado (31/10) a demanda israelense de retomar o mais rápido possível e de forma incondicional as negociações de paz com os palestinos que, por sua vez, exigem o fim completo da colonização judaica na Cisjordânia.
"Quero ver ambas as partes iniciando logo as conversações", declarou Hillary Clinton em Jerusalém, durante entrevista à imprensa ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Poucas horas antes, num encontro em Abu Dhabi, Emirados Árabes, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, disse a Hillary que os palestinos só retornariam à mesa de negociações de paz se Israel detivesse, antes, seus assentamentos na Cisjordânia.
Netanyahu, por sua vez, comprometeu-se com Hillary a não construir novas colônias na Cisjordânia. "Não nos dispomos a expropriar terras para assentamentos suplementares", explicou. "Temos preparado uma política de delimitação em relação a colônias já existentes, o que permitirá também uma vida normal para seus moradores", acrescentou o primeiro-ministro conservador.
Na opinião de Netanyahu, a exigência palestina de congelar a colonização israelense não é senão "um pretexto e um obstáculo" para bloquear a retomada dos entendimentos para a paz, estancados desde a grande ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.
Netanyahu recebeu o claro apoio de Clinton a respeito. No entender de Hillary, as declarações do primeiro-ministro eram "historicamente exatas", e assegurou que "nunca houve precondições" para as conversas de paz.
A colonização, que Israel se nega a deter completamente, apesar das fortes pressões internacionais, é considerada o principal obstáculo para a retomada das negociações com os palestinos.
"A brecha entre nós (palestinos e israelenses) é profunda e está afundando ainda mais", confessou o negociador palestino Saeb Erakat, que qualificou a entrevista entre Abbas e Clinton de "franca" mas "difícil".
Depois de Israel, Emirados Árabes Unidos e Paquistão, os esforços de paz americanos continuarão no começo da próxima semana no Marrocos. Hillary Clinton assistirá ao Fórum para o Futuro de Marrakech, onde deverá, também, falar sobre o processo de paz no Oriente Médio.