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Primeiro-ministro de Israel pede a palestinos que negociem sem impor condições

Agência France-Presse
postado em 01/11/2009 10:26
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu neste domingo aos palestinos que iniciem um diálogo sem condições prévias, um dia depois das declarações da secretária de Estado americana Hillary Clinton neste sentido. "Tenho grandes esperanças de que os palestinos compreendam que devem se comprometer no processo de paz, pois isso convém tanto a eles quanto a nós ", afirmou Netanyahu durante seu conselho de ministros semanal. "Para retomar o processo de paz, temos facilitado a vida a vida cotidiana dos palestinos e demonstrado que estamos decididos a fazer o que nenhum outro governo israelense fez desde que começou este processo, há 16 anos", acrescentou. Para os palestinos, no entanto, a questão da colonização israelense continua sendo o principal obstáculo para a negociação da paz. "Israel não deveria ter desculpas para continuar com a construção de assentamentos. Nós achamos que todas as atividades de colonização são ilegais", declarou à AFP Nabil Abu Rudeina, o porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abas. Na véspera, Hillary Clinton deu seu apoio ao pedido israelense de retomar o mais rápido possível e de forma incondicional as negociações de paz com os palestinos. "Quero ver ambas as partes iniciando logo as conversações", declarou Hillary Clinton em Jerusalém, durante entrevista à imprensa ao lado do primeiro-ministro israelense. Netanyahu, por sua vez, comprometeu-se com Hillary a não construir novas colônias na Cisjordânia. "Não nos dispomos a expropriar terras para assentamentos suplementares", explicou. "Temos preparado uma política de delimitação em relação a colônias já existentes, o que permitirá também uma vida normal para seus moradores", acrescentou o primeiro-ministro conservador. Na opinião de Netanyahu, a exigência palestina de congelar a colonização israelense não é senão "um pretexto e um obstáculo" para bloquear a retomada dos entendimentos para a paz, estancados desde a grande ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Poucas horas antes, num encontro em Abu Dhabi, Emirados Árabes, o presidente Abbas disse a Hillary que os palestinos só retornariam à mesa de negociações de paz se Israel detivesse, antes, seus assentamentos na Cisjordânia. "Para retomar o processo, Israel deve cumprir com seus compromissos, principalmente um cessar total da colonização, em conformidade com o Mapa do Caminho. No entanto, o problema com o governo israelense é que ele se nega a deter a colonização", afirmou. "Israel mantém sua posiçào", lamentou-se, indicando que a situação se complicou com o incremento da política de assentamentos em Jerusalém Oriental. "Esta questão esteve no centro das conversações com Hillary Clinton", disse ainda, afirmando que "a paz começa em Jerusalém". Abbas pediu ainda ao governo americano, como mediador, que obrigue Israel a respeitar seus compromissos.

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