Agência France-Presse
postado em 01/11/2009 11:38
Os talibãs ameaçaram mais uma vez neste domingo, por intermédio de um porta-voz, realizar ataques violentos caso o Afeganistão decida realizar o segundo turno da eleição presidencial, apesar da retirada do candidato opositor Abdullah Abdullah.
"Não permitiremos que o segundo turno se realize pacificamente", declarou o porta-voz habitual dos talibãs, Yusuf Ahmadi, falando por telefone.
"Vamos aumentar os ataques contra o processo eleitoral e conseguiremos que esta eleição seja um fracasso. Rejeitamos o governo atual e particularmente o processo eleitoral", acrescentou.
Na quinta-feira passada, os talibãs já haviam prometido intensificar os ataques.[SAIBAMAIS]
"Vamos intensificar nossos ataques nos próximos dias, até o segundo turno da eleição presidencial afegã prevista para 7 de novembro", anunciou o porta-voz talibã, um dia depois de um atentado contra funcionários da ONU em Cabul.
O governo do Afetanistão tenta minimizar, ao mesmo tempo, os temores tanto entre a comunidade internacional como entre os afegãos, que constatam a incapacidade de suas forças de segurança em proteger a população.
O ministério da Defesa afirmou que os ataques dos insurgentes serão menos numerosos que no primeiro turno de 20 de agosto.
"No primeiro turno, o inimigo se preparou durante meses com apoio do exterior, com muito dinheiro, para perturbar as eleições segundo uma estratégia bem planejada", declarou o porta-voz do ministério, Mohammad Zahir Azimi.
"Mas desta vez não tiveram tanto tempo para preparar uma campanha de ataques, e os talibãs paquistaneses, que ajudaram os talibãs afegãos a perturbar a eleição da última vez, estão ocupados lutando no Paquistão", completou.
A falta de segurança pode levar a um índice abstenção maior que no primeiro turno, quando a participação já foi bastante reduzida, de apenas 38,7%, e que aconteceu sob a constante ameaça talibã, situação que parece ter tudo para se repetir.
"O que o governo de Cabul diz sobre as medidas de segurança não tem fundamento. Estas medidas não serão eficazes contra nossas operações e nossas táticas. Lançamos nossos ataques depois de ter avaliado cada operação já realizada, como por exemplo o ataque contra a residência da ONU", afirmou por telefone à AFP Yusuf Ahmadi, um porta-voz habitual dos extremistas.
Três terroristas atacaram na quarta-feira uma hospedaria de Cabul que abrigava funcionários estrangeiros da ONU.
Pelo menos cinco funcionários da organização morreram, além de dois policiais e uma oitava pessoa, cujo corpo carbonizado não foi identificado, e os três terroristas.
Outro porta-voz habitual dos talibãs, Zabihullah Mujahed, reivindicou o ataque e afirmou que o mesmo foi a "primeira etapa" de uma campanha de desestabilização do processo eleitoral.
"Vamos intensificar nossos ataques nos próximos dias. Vamos perturbar as eleições, temos novos planos e novas táticas para isto", insistiu Ahmadi.