Agência France-Presse
postado em 04/11/2009 10:41
CARACAS - O presidente venezuelano Hugo Chávez denunciou na noite de terça-feira (3/11) a existência de um plano para desestabilizar o país, vindo dos estados de Zulia e Táchira, na "ala esquerda do país", e acusou ainda um governador da oposição de estar relacionado com grupos paramilitares.
O presidente fez as declarações durante uma reunião de gabinete transmitida pela televisão estatal, onde enviou suas condolências às famílias de dois Guardas Nacionais mortos na segunda-feira na fronteira com a Colômbia.
"São os paramilitares. Eu já disse sobre o plano de desestabilização a partir do flanco esquerdo do país. Existe um governador que sempre viaja para a Colômbia e que afirmou que não vai seguir as diretrizes do governo Chávez", disse o chefe de Estado. O presidente se referia a César Pérez Vivas, governador de oposição do estado de Táchira, região onde os dois soldados foram mortos segunda-feira.
"O governador de Táchira está empenhado com o plano de paramilitares e não podemos permitir isso. Atenha-se as consequências. Houve um que fugiu para o Peru, terá que fazer o mesmo", acrescentou, referindo-se ao adversário o ex-governador de Zulia (oeste), Manuel Rosales, exilado em Lima.
De acordo com o ministro da Defesa venezuelano, Ramón Carrizalez, grupos paramilitares estão por trás do assassinato dos dois soldados. Chávez disse ainda que, devido à situação, estava considerando decretar "estado de emergência na fronteira".
O chefe de Estado voltou a criticar o acordo militar entre a Colômbia e os Estados Unidos, onde Washington irá implementar sete bases no país sul-americano, o que levou Caracas a congelar suas relações com Bogotá em julho.
"A Colômbia não é hoje não um país soberano. Com este acordo tornou-se uma espécie de colônia, um país envolvido. Quem quer falar com o governo da Colômbia deve conversar com a Casa Branca ou com o Pentágono", acusou.