Agência France-Presse
postado em 04/11/2009 11:02
MADRI - O assessor para questões internacionais do presidente Luís Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio García, sugeriu que a Venezuela e a Colômbia assinem um pacto de não-agressão, em uma entrevista publicada pelo jornal El Pais.
García propõe ainda que os dois países concordem em "um sistema de vigilância conjunta de sua fronteira comum", e destaca que o Brasil ajudaria "com meios técnicos". "Seria interessante para a Venezuela e Colômbia um acordo sobre um sistema de monitoramento conjunto da sua fronteira comum e não excluo um pacto de não-agressão", disse.
O assessor presidencial afirmou ainda que "para o monitoramento conjunto, ajudaríamos com meios técnicos, como aviões de vigilância".
O assessor voltou a criticar o acordo entre Washington e Bogotá para o uso de bases colombianas por militares na Colômbia. "Não nos parece certo. Nós não podemos impedir a Colômbia de tomar as suas decisões, mas temos certeza de que haverá um desequilíbrio na região", disse.
Neste sentido, considera que os "movimentos da diplomacia de Obama ainda são contraditórios", e citou sua atitude em relação a Cuba e Honduras.
Questionado sobre a liderança atribuída ao Brasil, o assessor de Lula disse que tenta "não assumir esta ideia do Brasil como potência por uma questão de como devem ser as relações em nossa região".
Após reconhecer que "temos feito todos os esforços para diluir a imagem de potência", afirmou que essa atitude "tem criado problemas internos quando não reagimos a certas atitudes belicosas da Bolívia em relação ao gás, ou quando assinamos recentemente um acordo com o Paraguai sobre a energia elétrica".