Agência France-Presse
postado em 05/11/2009 11:08
BRUXELAS - O consumo de cocaína continua em plena ascensão na União Européia (UE), com a Espanha novamente na liderança, e nada parece indicar uma melhoria nos índices, mas a boa notícia é que o uso da maconha registrou um ligeiro recuo, de acordo com um relatório anual da UE apresentado nesta quinta-feira em Bruxelas.
A cocaína continua a ser o "estimulante mais popular na Europa" e a droga mais consumida depois da maconha, enfatiza em um relatório o Observatório Europeu da Drogas e de Toxicodependência (OEDT), que inclui dados de 2007.
Segundo a pesquisa, 3,9% dos europeus, ou seja, quase 13 milhões de pessoas, já experimentaram a droga, que é produzida quase que exclusivamente na Colômbia, Peru e Bolívia. Na Espanha, o principal país consumidor, a taxa sobe para 8,3% da população.
Mais preocupante é o uso entre os jovens espanhóis entre 15 e 24 anos onde, segundo o Observatório, 9,3% já utilizaram cocaína pelo menos uma vez, atrás apenas dos britânicos.
"O consumo de cocaína na Europa está concentrado em poucos países: Dinamarca, Espanha, Itália, Irlanda e Grã-Bretanha", destaca o relatório do OEDT, que mostra que 22% dos consumidores foram submetidos, em 2007, a algum tipo de tratamento e que foram registradas pelo menos 500 mortes relacionadas a esta droga.
A cocaína e a heroína permanecem o centro do problema das drogas no continente e "não há sinais de uma melhoria da situação de risco", lamenta o OEDT.
O Observatório ressalta ainda que os usuários de drogas quase nunca limitam o uso a uma única substância. O principal foco de preocupação para isso são os jovens, para quem aumenta o risco de "graves problemas". Mas o OEDT também salienta alguns progressos, com o consumo de maconha. "Os novos dados confirmam um contínuo declínio, especialmente entre os jovens", e os países da Europa Ocidental, a Croácia e a Eslovênia.
Quanto às apreensões, o relatório sublinha que em 2007 foram apreendidas, na Europa, um total de 859 toneladas de resina de maconha, 75% ma Espanha.
Neste país também aconteceram quase metade das apreensões de cocaína, que totalizaram 77 mil toneladas em 2007, uma queda considerável nas 121 toneladas do ano anterior.