Mundo

Liga Árabe pede a Abbas que dispute de novo as eleições presidenciais

Agência France-Presse
postado em 06/11/2009 08:38
CAIRO - O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, pediu ao presidente palestino Mahmud Abbas que volte atrás em sua decisão de não se apresentar nas eleições presidenciais previstas para janeiro, informou nesta sexta-feira (6/11) a agência egípcia Mena. Mussa expressou seu apoio a Abbas durante uma ligação telefônica à Autoridade Palestina, e pediu que mude de opinião. Abbas, de 73 anos, anunciou na véspera que não se apresentará às eleições presidenciais palestinas de 24 de janeiro de 2010 devido a sua frustração com o bloqueio do processo de paz. Dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina, no entanto, ressaltaram seu apoio a ele como candidato, informou o secretário-geral do Comitê Executivo da OLP, Yasser Abed Rabbo. A decisão do presidente Abbas foi tomada num momento em que o processo de paz no Oriente Médio está completamente bloqueado, pois os Estados Unidos fracassaram em convencer os israelenses a congelar a colonização nos territórios palestinos. A Casa Branca reagiu em seguida ao anúncio de Abbas, anunciando considerar o líder palestino um "verdadeiro parceiro" dos Estados Unidos, mas evitou pronunciar-se sobre as consequências que terá sua decisão de não voltar a se candidatar à presidência da Autoridade Palestina, em janeiro. "Temos pelo presidente Abbas um respeito imenso, ele representa, para os palestinos um líder importante e histórico e, para os Estados Unidos, um verdadeiro parceiro", disse o porta-voz do presidente Barack Obama, Robert Gibbs. A Autoridade Palestina pede o fim da colonização israelense, inclusive em Jerusalém Oriental (anexada por Israel em junho de 1967) antes de reiniciar as negociações de paz. Este problema é o principal obstáculo ao reinício das discussões israelense-palestinas, bloqueadas há quase um ano. Na entrevista à imprensa, Abbas não ocultou a decepção com a política do governo Obama sobre o assunto. No final de semana passado, em Jerusalém, a secretária de Estado Hillary Clinton deu seu apoio à posição do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que deseja o reinício das negociações sem condições prévias e só propõe o congelamento da colonização. Mesmo que Hillary Clinton tenha retrocedido depois, suas declarações foram motivo de surpresa e incompreensão, e até fúria no lado palestino.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação