Agência France-Presse
postado em 06/11/2009 12:00
BEIRUTE - Trechos do livro O Diário de Anne Frank foram censurados num manual escolar utilizado numa escola privada de língua inglesa de Beirute, por intervenção do Hezbollah, que denunciou uma promoção do sionismo.
O canal de televisão do Hezbollah, Al-Manar, denunciou a obra considerando que destacava a perseguição de judeus. "O que é mais perigoso é o estilo carregado de emoção, dramático e teatral" do livro, havia estimado o canal em reportagem divulgada na semana passada. O Hezbollah se perguntava por quanto tempo ainda o Líbano "permanecerá uma arena aberta à invasão sionista da educação".
Um dos membros do conselho de administração da escola contou que o estabelecimento decidiu abandonar o manual em questão, em seguida à polêmica. E pediu para que a escola não fosse identificada.
O partido islamita xiita apreendeu mês passado um outro manual escolar utilizado numa escola privada famosa de Beirute e no qual o Hezbollah e o movimento islamita palestino Hamas são qualificados de organizações terroristas.
Anne Frank era uma menina judia que, enquanto se escondia das forças nazistas que revistavam o bairro onde vivia, escreveu um diário: durante dois longos anos, encheu de anotações vários cadernos. Até o final desse período, Anne reescreveu seus textos com a intenção de publicar um livro assim que a guerra terminasse.
Em 1947, Otto Frank publica os diários de sua filha desaparecida, O Diário de Anne Frank que se converteu num dos livros mais lidos do mundo.