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Mudanças climáticas: EUA ainda não têm números para propor em Copenhague

Agência France-Presse
postado em 06/11/2009 15:35
BARCELONA - Os Estados Unidos "ainda não decidiram" que números poderão apresentar para sua redução de emissão de gases causadores do efeito estufa na conferência de Copenhague, onde serão discutidas novas metas para um acordo climático, afirmou nesta sexta-feira o negociador-chefe americano, Jonathan Pershing.

"Sabemos que todos esperam números de nossa parte", disse Pershing em Barcelona, onde nesta sexta se encerra a última rodada de negociações internacionais anteriores a Copenhague.

"Indubitavelmente, é possível" que os Estados Unidos adote um número antes do início da reunião na capital dinamarquesa, no dia 7 de dezembro, "mas a decisão ainda não foi tomada", indicou.

Pouco antes, as Nações Unidas e a União Europeia (UE) haviam feito um apelo para que a administração americana vá a Copenhague com números definidos.

"Compreendemos que os Estados Unidos, como todo mundo, tem processos políticos nacionais (...), mas é muito importante para um acordo em Copenhague que tenhamos uma meta com cifras concretas que também seja juridicamente vinculante", afirmou Anders Turesson, chefe da delegação sueca, cujo país preside atualmente a UE.

O governo de Barack Obama não quer se comprometer em Copenhague com números vinculantes de redução de suas emissões que depois entrem em choque com a oposição no Congresso, como aconteceu com o Protocolo de Kyoto.

Por isso, prefere esperar que o Senado aprove primeiro a lei nacional de redução de emissões, explicou Pershing.

"Este acordo ainda não foi adotado nos Estados Unidos. E temos especial interesse em seu avanço antes de tomarmos decisões a nível internacional", ressaltou.

O projeto Waxman, adotado pela Câmara dos Representantes, prevê una redução das emissões americanas em 17% até 2020 em relação aos níveis atuais, enquanto outra proposta, apresentada pelo democrata John Kerry no Senado, estipula um corte de 20%, segundo Pershing.

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