postado em 06/11/2009 21:11
Tegucigalpa - Representantes do governo deposto e do governo golpista estão reunidos com o embaixador norte-americano em Honduras, Hugo Llorens, para tentar chegar a um acordo sobre o comando do país, depois que, mais uma vez, as duas partes não chegaram ao entendimento ontem (5/11).Mais cedo, o Departamento de Estado norte-americano divulgou uma nota em que se diz desapontado com os gestos unilaterais feitos pelo governo deposto e pelo golpista, ontem à noite. Segundo o documento, essas atitudes ;não contribuem para o cumprimento do acordo;. A nota recomenda ainda que ambas as partes entrem num acordo para formar um governo de unidade.
O presidente golpista Roberto Micheletti pediu ontem (5) à noite que todos os vinte e sete ministros que compõem o seu governo colocassem o cargo à disposição, para que fosse formado o governo de transição, como previsto no acordo assinado na semana passada entre ele e o presidente deposto Manuel Zelaya.
O ex-ministro Rafael Piñeda Ponce disse que Micheletti, por enquanto, se mantém na presidência do país até que Zelaya desista do cargo. Se isso ocorrer, segundo Ponce, Micheletti garante que também renuncia à presidência. Para o governo de fato, o acordo está mantido. "O acordo se mantém da nossa parte. Nós decidimos respeitá-lo, porque esse é o nosso compromisso", afirmou o ex-ministro.
Já os apoiadores de Zelaya se recusam a indicar nomes para o governo de transição, enquanto o presidente deposto não for reconduzido à presidência. Em declaração feita da Embaixada do Brasil, onde está abrigado, Zelaya disse que o acordo está fracassado e totalmente morto por falta de cumprimento por parte de Micheletti. Disse também que o governo de fato demonstrou não ter vontade de resolver o problema, nem de reverter a crise econômica, social e política gerada pelo golpe de estado.
Os apoiadores de Zelaya continuam em vigília na frente do Congresso e consideram a formação do governo de transição um novo golpe de estado. A técnica em laboratório Ruth Maragiaga disse que "os protestos vão continuar até que Zelaya volte ao poder, independente do tempo for necessário."