Agência France-Presse
postado em 08/11/2009 14:23
A China reforçou a sua estratégia na África neste domingo (08/11), ao anunciar que concederá US$ 10 bilhões em empréstimos para países do continente, acrescentando que está pronta para desempenhar um papel de apoio a "paz e a segurança" a esses países."Vamos ajudar a África a desenvolver as suas capacidades financeiras. Nós forneceremos US$ 10 bilhões em empréstimos em condições favoráveis para a África", anunciou neste domingo o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, na abertura do Fórum China-África no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh.
Depois de se referir a "um novo ponto de partida" entre seu país e o continente africano, o chefe de governo chinês disse que esses empréstimos eram parte de várias medidas que serão tomadas durante os próximos três anos.
O Fórum China-África, que envolve cerca de 50 países, ocorre neste domingo e na segunda-feira em Sharm el-Sheikh, com o objetivo de reforçar a cooperação econômica entre a China e África.
Durante o fórum anterior para esta reunião trienal, realizado em 2006, em Pequim, autoridades chinesas prometeram ajuda financeira à África de US$ 5 bilhões. Pequim também celebrou acordos sobre a redução e anulação de dívidas para 31 países daquele continente.
No domingo, a China mais uma vez se compromete a reduzir o peso da dívida de alguns países africano.
"A China está disposta a aprofundar a sua cooperação concreta com a África", disse Wen, acrescentando que seu país também quer ter um papel na "resolução de questões relativas à paz e a segurança".
O premier chinês registrou também o fortalecimento das relações em vários setores, como meio-ambiente, com a criação de 100 projetos relacionados à energia limpa, educação e ciência.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, classificou de "nova fase" e "passo importante" esta reunião, destinada a reforçar a "paz, segurança e crescimento" e "aprofundar a cooperação entre a China e África".
De acordo com estatísticas oficiais chinesas, o investimento direto da China na África aumentou de US$ 491 milhões em 2003 para US$ 7,8 bilhões no fim de 2008.
O comércio entre a China e África aumenta desde o início desta década, chegando a US$ 106,8 bilhões em 2008, alta de 45,1% em um ano.
As autoridades chinesas, que se limitam a discutir negócios e não falam sobre direitos humanos, muitas vezes são acusadas de "neocolonialismo" e de apoiar golpes de Estado.
A China é também um dos principais aliados internacionais e parceiros econômicos do Sudão, cujo presidente, Omar el-Bechir, possui mandados de captura internacional por crimes de guerra e contra a humanidade em Darfur.
Sobre essas críticas, a China afirma que mantém uma estratégia de não-interferência nos países em que investe.