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Conheça os personagens à queda do Muro do Berlim

postado em 09/11/2009 08:15
Mikhail Gorbachov
O último líder da União Soviética é malvisto até hoje na Rússia pelo papel que desempenhou no desmanche da antiga superpotência. Na Alemanha, porém, é reverenciado como o dirigente político que garantiu a transição pacífica do comunismo na metade oriental e a reunificação do país, consumada menos de um ano após a queda do muro.

Erich Honecker
Como previu Gorbachov na visita que fez para o 40; aniversário da Alemanha Oriental, em outubro de 1989, o dirigente linha dura que em 1961 havia comandado a construção do Muro de Berlim foi para a lata de lixo da história. Afastado em meio à fuga em massa dos cidadãos e à onda de manifestações contra o regime, Honecker chegou a fugir para a União Soviética, mas acabou sendo extraditado para a Alemanha e preso. Hospitalizado com câncer enquanto era julgado, conseguiu exilar-se no Chile, onde morreu em 1994.
[SAIBAMAIS]
Egon Krenz
Sucessor de Honecker, foi o homem que determinou por engano a queda do muro: na noite de 9 de novembro de 1989, uma reunião do Politburo decidiu abrir as fronteiras do país no futuro próximo, mas o anúncio foi mal interpretado e a liberdade se impôs de imediato. Krenz deu início à desmontagem do regime comunista, mas renunciou ainda em dezembro de 1989. Afastado do Partido Comunista no início do ano seguinte, caiu em desgraça com a reunificação alemã e foi condenado a seis anos de prisão. Cumpriu quatro, foi solto sob condicional em dezembro de 2003 e retirou-se da vida pública.

Hans Modrow
Chamado de ;Gorbachov alemão;, foi escolhido para chefiar o último governo sob hegemonia comunista e conduzir a primeira (e última) eleição multipartidária na Alemanha Oriental, vencida pela democracia cristã. Depois da reunificação, foi deputado ao Bundestag (Congresso Federal) pelo Partido do Socialismo Democrático (PDS) e integrou também o Parlamento Europeu. Retirado da vida política, continua sendo presidente de honra da Esquerda, partido formado em 2006 pela fusão do PDS com dissidentes da social-democracia.

Helmut Kohl
O ;chanceler da reunificação; foi o grande vencedor da primeira eleição pan-alemã desde a ascensão do nazismo, realizada em março de 1990. Seu golpe de mestre foi a conversão dos marcos orientais para a moeda ocidental por cotação subsidiada, à custa de um formidável e prolongado déficit fiscal. Líder da democracia cristã, Kohl chefiava o governo da Alemanha Ocidental desde 1982 e seguiu à frente da Alemanha unificada até 1998, quando foi derrotado pelo social-democrata Gerhard Schr;der. Pouco depois, foi acusado de beneficiar o partido com contribuições financeiras irregulares.

B;rbel Bohley
Ativista da oposição alemã-oriental e fundadora do grupo Novo Fórum, foi uma espécie de musa das manifestações de rua que terminaram por derrubar o regime comunista. Como a maior parte dos dissidentes, via com reservas a reunificação e nutria desconfiança pelos políticos alemães-ocidentais. Na eleição conjunta de 1990, o Novo Fórum e outros grupos pró-democracia orientais uniram-se aos Verdes da Alemanha Ocidental. Bohley dedicou-se desde 1996 a missões humanitárias na ex-Iugoslávia, em especial na Bósnia Herzegovina, onde se casou e viveu até o fim do ano passado, quando retornou a Berlim.

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