Agência France-Presse
postado em 10/11/2009 17:27
O ex-presidente americano Bill Clinton foi nesta terça-feira ao Senado para tentar ajudar, pessoalmente, seu sucessor, Barack Obama, na aprovação da reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos, que vem dividindo, inclusive, a maioria democrata.
[SAIBAMAIS]O ex-presidente chegou ao Senado às 13H00 (18H00 GMT) para almoçar com integrantes da bancada democrata. É considerado excepcional o fato de um ex-presidente se dirigir aos parlamentares.
Quinze anos depois que seu próprio plano foi retocado, contribuindo para a vitória republicana nas eleições parlamentares de metade do mandato, em 1994, Clinton tentava convencer os democratas hesitantes.
Após a aprovação do projeto de lei pela Câmara de Representantes, sábado, o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, precisa de 60 votos de um total de 100 para evitar qualquer procedimento de bloqueio por parte da oposição republicana.
Ora, vários democratas moderados, assim como o independente Joe Lieberman, que vota geralmente com a maioria, já disseram que o plano, tal como existe, não lhes convinha.
Eles denunciam, essencialmente um dos componentes da reforma: um sistema de seguro saúde público que entraria em concorrência com o privado.
Sábado, a Câmara de Representantes aprovou sua versão do plano de reforma chamado de "Lei da Saúde ao Alcance da América" por uma votação apertada - 220 votos contra 215 - o que representou uma primeira vitória no Congresso do ambicioso projeto político do presidente Obama.
Mas os representantes, liderados pelos democratas contra o aborto, acrescentaram uma emenda no texto reforçando a proibição da utilização de dinheiro público para a interrupção voluntária da gravidez.
O senador Ben Nelson, um dos democratas centristas, estimou no canal NBC que "a grande maioria se opõe à utilização de recursos públicos para o aborto".
A bancada mais conservadora do partido teme que o financiamento indiscriminado de abortos, como o previsto na versão original, acabe causando problemas às candidaturas democratas no próximo ano eleitoral.
A presidente da Câmara dos Representantes e líder dos democratas, Nancy Pelosi, forçou um recuo dos políticos mais liberais. O uso do dinheiro público ficou limitado a abortos nos casos já previstos em lei (estupro, malformação fetal, risco de saúde para a mãe).