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Prisão perpétua para alemão que matou egípcia por usar véu

Agência France-Presse
postado em 11/11/2009 16:06
Um alemão de origem russa, Alex Wiens, de 28 anos, foi condenado nesta quarta-feira (11/11) à prisão perpétua em Dresde, sul da Alemanha, pelo assassinato a facadas de uma egípcia grávida que usava o véu islâmico. O assassinato ocorreu em 1º de julho passado, em plena sala de audiência de um tribunal que julgava Wienz por insultos racistas contra sua vítima. A egípcia se encontrava presente porque ia testemunhar contra seu agressor quando o réu a atacou com uma faca de cozinha que trazia escondida na mochila. A maioria das cortes alemãs não possui segurança, por isso Wiens agiu sem que fosse contido. Wins admitiu ter assassinado Marwa El Sherbini, uma farmacêutica de 29 anos, com 16 facadas e ferido o marido da vítima, mas afirmou que o crime não foi premeditado e não tinha conotações xenófobas. O tribunal também declarou o réu culpado de tentativa de assassinato do marido da vítima, Elui Okaz, que tentou defender a esposa. No dia do assassinato, o tribunal julgava um recurso de apelação de Wins, que havia sido condenado a uma multa de 780 euros por ter agredido Marwa El Sherbini verbalmente. Um ano antes, em agosto de 2008, quando Marwa El Sherbini, que usava o véu islâmico, perguntou a Alex Wiens, então desempregado, se podia ceder a seu filho o lugar em que o alemão estava sentado em um parque de Dresde, ele reagiu com fúria e começou a xingá-la de "islamita", "terrorista" e "porca". Maewa El Sherbini, grávida de três meses no momento do assassinato, foi chamada de "mártir do véu" pela imprensa egípcia. O crime revoltou o mundo árabe. Wins passará, pelo menos, 15 anos atrás das grades. Depois de divulgado o veredicto, cerca de 200 policiais garantiam a proteção do lado de fora do tribunal, onde cerca de 200 pessoas se manifestaram pedindo ao governo mais medidas contra o racismo. O embaixador do Egito na Alemanha, Ramzy Ezzeldin Ramzy, que acompanhou o julgamento, expressou sua satisfação pelo veredicto. "O fato de que tenha havido uma condenação máxima fala por si mesma. Acho que isso deverá satisfazer a família e toda a população", declarou.

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