Agência France-Presse
postado em 12/11/2009 16:41
Em sua primeira grande missão, depois de ganhar o prêmio Nobel da Paz, o presidente Barack Obama partiu de Washington nesta quinta-feira, em direção à Ásia, onde deverá se esforçar para voltar dar à América seu brilho de potência regional, num continente mais e mais submetido à influência chinesa e aos problemas gerados pelas guerras no Iraque e no Afeganistão.
[SAIBAMAIS]Obama colocará entre parênteses seus grandes projetos internos e o reexame da estratégia afegã para mostrar à Ásia que, apesar da crise econômica, os Estados Unidos não desviam a atenção de uma região tão importante.
"É uma percepção comum na região que a influência dos Estados Unidos começou a declinar na última década, enquanto que a da China está em aumento", assinalou o assessor de Obama para o Leste da Ásia, Jeffrey Bader.
Depois de uma escala no Alasca, onde saudará os soldados americanos, Obama pronunciará um discurso em Tóquio, no sábado.
O presidente dos Estados Unidos buscará fortalecer os laços com o novo primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, e ressaltar a semelhança de suas respectivas cruzadas pela mudança política; mas evitará abordar a polêmica sobre a relocação de uma base militar americana em Okinawa.
Obama participará, em seguida, do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) neste final de semana em Cingapura, quando se tornará o primeiro presidente dos Estados Unidos a sentar-se ao lado dos 10 líderes da Asean (Associação de Nações do Sudeste da Ásia), entre eles os de Mianmar, antiga Birmânia.
Depois de tentar isolar Minmar, um país que suprimiu a democracia, Washington procede, agora, a uma aproximação com a junta militar que governa a nação, embora um encontro entre Obama e o primeiro-ministro Thein Sein seja pouco provável.
Obama visitará Xangai na segunda-feira e irá a Pequim para participar de um jantar e manter conversações com o presidente Hu Jintao.
Tendo em vista a emergência da China como potência mundial, Obama manterá conversações em Pequim sobre assuntos globais, incluindo Coreia do Norte, o programa nuclear iraniano e o Afeganistão.
A visita deverá ser encerrada na Coreia do Sul, aonde deve chegar no dia 18 de novembro para um encontro com o presidente Lee Myung-Bak.
Ao mesmo tempo em que a China adquire maior influência, a dos Estados Unidos sofre com os empréstimos concedidos e os gastos pertinentes à pior crise financeira vivida desde a década de 30.
No entanto, apesar de ter minguado seu papel, os Estados Unidos continuam sendo um jogador importante.
Apresenta-se ainda como garantidor da segurança asiática mediante a presença de 75.000 soldados na Coreia do Sul e no Japão, e no patrulhamento das águas regionais.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, sugeriu que Washington também espera de seus parceiros comerciais asiáticos um aumento da demanda.