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Governo dos EUA vai revelar em breve onde serão julgados acusados do 11/9

Agência France-Presse
postado em 12/11/2009 17:28
O governo do presidente Barack Obama vai anunciar até segunda-feira onde serão julgados os cinco homens acusados de terem organizado os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington. Todos eles estão atualmente na base naval americana de Guantánamo, em Cuba. [SAIBAMAIS]Khaled Sheikh Mohammed, o idealizador dos atentados, e seus quatro cúmplices podem ser condenados à pena de morte. Os cinco podem ser julgados por uma corte militar ou por um tribunal civil. Segundo diversas fontes em Washington, a tendência é que eles sejam julgados por um tribunal federal civil. De fato, tal decisão seria melhor para o governo americano, em termos de imagem internacional. Os Estados Unidos "não vão organizar um processo às escondidas: o mundo inteiro terá os olhares voltados para este julgamento", explicou à AFP Suzanne Lachelier, advogada militar de um dos cinco acusados. Entretanto, a escolha dos tribunais federais civis pode dificultar o trabalho da acusação. Detidos em 2002 e 2003, 'KSM', Ramzi ben al-Shaiba, Ali Abd al-Aziz Ali, Wallid ben Attash e Mustapha al-Hawsawi desapareceram durante anos em prisões secretas da CIA, onde foram maltratados e, em alguns casos, torturados. Reaparecidos em 2006 em Guantánamo e reenviados em junho de 2008 para os tribunais militares de exceção criados durante a presidência de George W. Bush, eles afirmaram querer morrer como mártires. Porém, um tribunal civil pode não condená-los à morte, devido às violências que sofreram na prisão. No entanto, "um advogado da defesa tem tudo a temer de um júri popular em Nova York", admitiu à AFP um dos defensores dos réus. De fato, um júri popular é mais propenso a votar a pena de morte do que um júri militar. Lembrou que a realização de um ou diversos julgamentos deste tipo no coração de Manhattan, onde ficavam as Torres Gêmeas destruídas nos atentados, ou no estado de Virginia, onde está o Pentágono, também atingido, seria "um verdadeiro pesadelo em termos de segurança".

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