Agência France-Presse
postado em 13/11/2009 16:46
A decisão do governo Obama de levar os cinco acusados do 11 de Setembro a um tribunal civil em Nova York, dividia nesta sexta-feira os meios políticos e as associações americanas.
[SAIBAMAIS]No Congresso, os republicanos, que tentaram de várias formas impedir a permanência, em solo americano, dos detidos em Guantánamo, rebelaram-se contra o anúncio de um futuro julgamento, confirmado pelo procurador-geral da Justiça, Eric Holder.
"A decisão da Casa Branca de trazer os acusados do 11 de Setembro ao interior de nossas fronteiras (...), em vez de o fazer na segurança do próprio centro de detenção de Guantánamo, significa um passo atrás, representando um risco inútil para os americanos", afirmou em comunicado o líder da minoria republicana, Mitch McConnell.
Howard "Buck" McKeon, o mais alto representante republicano da Comissão de Defesa, qualificou a decisão de "risco inútil para os cidadãos de Nova York". Segundo ele, "solapa a legitimidade do sistema de tribunais militares de exceção" instituídos pelo governo Bush.
"Os terroristas que nos declararam guerra devem ser tratados como criminosos e levados à justiça por seus delitos, em tribunais militares", escreveu o senador John McCain, adversário de Barack Obama na eleição presidencial de 2008.
Já o democrata Patrick Leahy, presidente da Comissão Judiciária do Senado, saudou a decisão do governo em relação aos acusados do 11 de Setembro.
"Fazendo-o dessa forma, em tribunais civis, mostramos ao mundo que o país mais poderoso da Terra tem confiança em seu judiciário - um sistema respeitado no mundo inteiro", assegurou o senador.
Para Anthony Romero, da organização de defesa das liberdades civis ACLU, "a transferência desses julgamentos para tribunais civis representa uma grande vitória para restabelecer o direito, ao mesmo tempo em que restaura a imagem da América no mundo - uma forma de garantir nossa segurança nacional".
Essa não é, no entanto, a opinião das associações de famílias das vítimas, "9/11 Families for a Secure America Foundation".
"Pensamos que se trata de um grande erro", comentou Ed Kowalski, um de seus dirigentes. "Permitir a um terrorista e criminoso de guerra ter a chance de se beneficiar da proteção dos direitos constitucionais americanos é um erro e isto jamais aconteceu antes", acrescentou.
Ao contrário, na associação "Septembre Eleven Families for peaceful tomorrow", Donna Marsh O'Connor, que perdeu sua filha nos atentados, declarou-se "feliz" com o fato de Khaled Sheikh Mohammed, o cérebro autoproclamado dos atentados, seja, enfim, levado à justiça. "Achamos que essa é a melhor maneira de fazer", considerou ela