Agência France-Presse
postado em 15/11/2009 10:37
Cingapura - O presidente americano, Barack Obama, aproveitou neste domingo um encontro histórico, em Cingapura, com o primeiro-ministro da junta no poder em Mianmar para pedir a libertação da opositora e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.
Os Estados Unidos e a Asean (Associação e Nações do Sudeste Asiático) pediram ainda à junta birmanesa que garanta que as eleições prometidas para o próximo ano sejam livres, justas, transparentes e abertas à oposição.
"Reafirmei a política que antecipei ontem em Tóquio com relação a Mianmar", disse Obama à imprensa, em referência à sua declaração pedindo à justa birmanesa que liberte Suu Kyi, mantida em regime de prisão domiciliar há duas décadas.
"Obama abordou o tema da libertação de Aung San Suu Kyi com este governo", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, depois do encontro inédito do presidente americano neste domingo com todos os líderes da Asean, inclusive o premier de Mianmar, Thein Sein.
Antes do início da reunião em um hotel em Cingapura, Obama e os líderes da Asean estiveram frente a frente e se cumprimentaram com apertos de mão.
No entanto, Thein Sein não estava presente e se sentiu distante do presidente Obama, destacaram jornalistas no local.
Obama está utilizando seu primeiro giro asiático, que já teve escala no Japão e continuará segunda-feira na China, para recuperar parte da liderança na região que alguns observadores acreditam que os EUA perderam por seus compromissos no Afeganistão e no Iraque.
"Acredito que os EUA estão levando a relação com muita seriedade a altos níveis. Criaram um momento favorável", indicou à imprensa o secretário geral da Asean, Surin Pitsuwan.
Para Obama, o encontro deste domingo foi uma oportunidade para somar o apoio do Sudeste Asiático à sua nova estratégia ante o regime birmanês, ao que exige a organização de eleições democráticas em 2010.
Em discurso sábado em Tóquio, Obama havia feito referência à necessidade de uma nova aproximação americana com Mianmar, destacando que as sanções impostas ao regime militar "não melhorou a vida dos birmaneses".
Como parte deste novo enfoque, a administração americana enviou no início de novembro dois altos funcionários ao isolado país asiático para promover o diálogo político com a junta birmanesa, acusada de graves violações dos direitos humanos.