Agência France-Presse
postado em 16/11/2009 16:31
A Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) quer mais esclarecimentos sobre o segundo centro de enriquecimento de urânio não declarado por Teerã, segundo um relatório confidencial do qual a AFP obteve uma cópia nesta segunda-feira em Viena.
[SAIBAMAIS]As explicações dadas pelo Irã sobre a natureza e o objetivo deste centro nuclear, cuja construção não tinha sido previamente declarada, "necessitam mais esclarecimentos", segundo o relatório.
O texto destaca que o centro, construído perto da cidade santa de Qom, "corresponde às informações fornecidas pelo Irã". Porém, acrescenta, "as explicações iranianas sobre o objetivo desta fábrica e cronologia dos planos e de sua construção exigem maiores esclarecimentos".
De acordo com o relatório, o novo centro tem capacidade para 3.000 novas centrífugas. No entanto, nenhum destes aparelhos se encontra atualmente no local.
O Irã revelou em setembro passado estar construindo um segundo centro de enriquecimento de urânio em seu território, 150 km ao sudoeste de Teerã, com capacidade para cerca de 8.000 centrífugas.
A revelação deste projeto em andamento provocou uma onda de indignação nos países ocidentais, que suspeitam o Irã de querer se dotar da arma nuclear.
O Irã enriquece urânio há muitos anos em sua fábrica de Natanz, apesar das advertências e sanções do Conselho de Segurança da ONU.
Neste primeiro relatório oficial desde a visita ao local, no fim de outubro, de uma equipe de peritos da AIEA, a agência afirmou que os repetidos atrasos de Teerã para informá-la de seus projetos "não contribuem para criar um clima de confiança".
De acordo com as imagens de satélite obtidas pela AIEA, as obras de construção do novo centro começaram em 2002, continuaram em 2004 e foram retomadas de 2006, prosseguindo até hoje.
O Irã alegou que a ideia é que esta fábrica perto Qom possa substituir a de Natanz, caso fosse bombardeada pelos israelenses.